sábado, 5 de maio de 2012

vídeo-aula 28: Encaminhamentos Pedagógicos na Escola Pública Sobre a Questão Religiosa

Os artigos 5 e 19 da Constituiçao Federal, garantem a liberdade religiosa e a laicidade do Estado em relação a religião, porém estabelece, no artigo 210, conteúdos mínimos à educação fundamental, dentre os quais está o ensino religioso, com matrícula facultativa.
A polêmica em torno deste tema, que foi levado até ao Supremo Tribunal de Justiça, é causado, pelo artigo 33 da LDB, que diz que o ensino religioso é facultativo e deve ser oferecido sem ônus aos cofres público, de acordo com as preferências de seus responsáveis, além da lei 9475, que tem uma redação ainda mais problemática, porque abre espaço para a interpretação de que o cidadão não pode ter uma relação com o Estado se não tiver uma formação religiosa.
A educação deve estar preparada para lidar com a pluralidade típica de nossa cultura, de maneira pacífica, respeitosa e democrática. Os professores ou diretores, não têm o direito de utilizar suas autoridades e supostos conhecimentos superiores, para impor crenças em espaços públicos como a escola e sim , aproveitar os conteúdos formais que estão presentes no currículo, para expor os muitos direitos humanos que foram desrespeitados em nome do fanatismo religioso.

Vídeo-aula 27: A Produção da Identidade/Diferença: a Questão Religiosa

A questão religiosa envolve a pluralidade em que todo indivíduo está inserido ( a origem familiar, o bairro ou comunidade em que vive, os locais que frequenta, a escola, os grupos a que pertence), determinando a formação de uma identidade singular, seu jeito de ser, pensar e agir.
A religião é também fator componente da identidade e esta, é constituída a partir de memórias de experiências que já se teve e a partir da eleição do que se quer ou não crer.
Todos os modos de crer ou não devem ser respeitados, mas o que ocorre muitas vezes, é a percepção de que algumas pessoas se sentem superiores por terem determinadas crenças, quando se comparam com outros indivíduos que seguem outras religiões ou são ateus.
A laicidade do Estado garante a crença ou descrença religiosa, o direito de todos em fazer suas escolhas e desta forma garamtir o respeito à diversidade religiosa, o que não ocorre, por exemplo, em alguns Estados árabes.
A discriminação por motivos religiosos, fere a ética e a Constituição do Brasil, sendo considerada, de acordo com o arigo 5º, um crime.

Vídeo-aula 26: O Papel da Escola no Processo Educativo de Direitos Humanos

A escola é o local onde socializamos, aprendemos e construímos diferentes conhecimentos. As diferentes formas de aprendizagens (cognitiva, emocional, afetiva) irão tornando a criança, mais, ou menos humana, tolerante, compreensiva ou não das diferenças sociais e individuais.
A educação tem a função social de possibilitar conhecimentos nos diversos campos, transversalizando valores, concepções e crenças às ideologias sociais. Portanto, o objetivo da escola deve ser a ampliação e a defesa dos direitos humanos, realizada de forma intencional, ou seja, que estes conteúdos estejam explícitos no currículo.
A EDH brasileira  avançou bastante nos úlitmos anos, devido a produção de documentos e legislações que norteiam nossa ação, porém nem sempre a metodologia aplicada contempla ou condiz a estes planos de ação.
O cotidiano escolar deve ser pautado na crítica, na problematização e no diálogo, que permitam ações e atitudes, através da troca permanente de aprendizagens, relacionando-as a realidade social dos alunos e a problemas presentes na sociedade atual, sem no entanto, perder de vista os conteúdos programáticos.
A legislação deve ser estudada de forma motivante, através da exploração da diversidade cultural brasileira, a partir de linguagens como o teatro, a música e a dança, por exemplo, e não, simplesmente decorada.

Vídeo-aula 25: Comitês de EDH: Possíveis Parcerias

A implantação da EDH no Brasil, fundamenta-se na Convenção de Viena (1993), que aponta a educação como elemento fundamental para instituição de direitos humanos nos diversos países que assinaram este documento e desta forma, impactua de forma positiva na elaboração de políticas nestes países.
Os Estados que aderiram este documento começaram a organizar comitês; é o caso do Brasil que em 2003 cria o Comitê Nacional para EDH. Este comitê é formado por agentes da educação, da segrança pública, da mídia, de ONGs e outros profissionais que tenham relação com os direitos humanos. Tem a função de elaborar e implantar políticas públicas para a EDH, implantando-as nos estados e municípios, além de monitorar eventuais violações dos mesmos.
O primeiro documento, elaborado em 2003, sofreu várias transformações após  ser submetido a consulta popular, sendo publicada em 2006 uma nova versão.
Atualmente existe o Plano Nacional em Dieirtos Humanos (PNDH3), no qual existe um eixo específico para a EDH; anualmente é publicado um edital para que estados e municípios enviem propostas de formação de seus próprios comitês, o que constitui oportunidade para que os profissionais ligados a EDH possam organizar-se.




Vídeo-aula 24: Gênero e Diversidade Sexual: Desafio para a Prática Docente

Atualmente, o aumento de movimentos sociais, colabora para a democratização da educação, no que diz respeito ao gênero e a diversidade sexual, a medida em que o Estado promove políticas públicas relativas a estes temas, além de criminalizar práticas de preconceito e descriminação.
O marco para o início das discussões sobre gênero e diversidade sexual  foi a Constituição de 1988, que traz o debate a respeito destes temas, criando políticas pautadas em documentos internacionais e criando desta maneira, compromissos com os mesmos.
A partir dos anos 90, o assunto é introduzido no currículo escolar, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira e com os Parâmetros Curriculares Nacionais, porém, estes documentos são críticados por serem considerados centralizadores, além de outros fatores como o despreparo e falta de capacitação docente, a falta de destaque a questões ligadas a diversidade sexual, a criação de programas fragmentados e desarticulados com a educação, além de disputas internas e externas do governo em relação a introdução desta temática na educação. Soma-se a estes fatores a influência da mídia, que fortalece as desigualdades.
Desta forma as identidades que se constrõem fora dos padrões hegêmônicos continuam sendo discriminadas, em especial os homossexuais, que sofrem um preconceito, muitas vezes valorizado pelos jovens, marcado pela criação de esteriótipos e pelo medo da convivência com o diferente, o desigual.
Pesquisas revelam que grande parte de pais, alunos e até professores têm algum tipo de preconceito, o que constitui grande desafio para a educação: desconstruir a hierarquia das diferenças individuais e coletivas, para que estas não se transformem em desigualdades. Para que isto ocorra, é necessária a conscientização do docente, a denúncia das atitudes de discriminação e intimidadção, o desenvolvimento de atividades voltadas ao tema, a análise crítica de materiais que circulam no meio escolar providos de preconceito e uma prática pedagógica que respeite de fato as diferenças.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Vídeo-aula 23: Relações Sociais de Gênero: um Direito e uma Categoria de Análise

As discussões sobre gênero se evidenciam com as lutas sociais pelos direitos da mulher, dividindo-se em dois capítulos: o primeiro no século XIX, em que mulheres brancas da classe média européia e norte-americana lutavam pelo direito de voto e o segundo momento contemporâneo, em que houve um aprofundamento de questões como o patriarcalismo, liberdade de expressão, divisão do trabalho e diferenças salariais.
Apesar da evolução nos últimos anos, ainda é visível em muitas culturas, inclusive no meio escolar, a discriminação contra a figura feminina, que é tida como biologicamente inferior e desta forma imutável, ou seja, o natural é a mulher dar mais atenção aos filhos e a casa, cuidar da comida, ser mais sensível, enquanto o homem é o provedor, o chefe da família.
Ocorre uma polarização que dita que todos os homens são iguais e todas as mulheres também,   estabelecendo-se uma hierarquia em que os homens são mais e as mulheres menos.
A partir dos anos 60, algumas pesquisas demonstram que as condições de gênero não são determinadas biologicamente, mas fruto de relações sociais e fatores históricos que precisam ser desconstruídos.
A escola, como ambiente democrático que deve ser,  deve ajudar a reconstruir as relações de gênero, sem reproduzir a socialização de gênero pretensamente universal, que generaliza o modelo dominante de masculinidade frente a subordinação feminina.

Vídeo-aula 22: EDH, Inclusão e Acessibilidade

A EDH, propõe a inclusão de alunos com necessidades especias (deficientes, com transtornos globais e com altas habilidades), no sentido de proporcionar acessibilidade, como uma questão de dignidade, participação e autonomia no contexto de ensino, dando as mesmas condições para que estes indivíduos se tornem sujeitos de direito.
Hisroricamente, os deficientes foram excluídos, porém, no Brasil, a partir da Constituição de 1988, com os artigos 205, que garante a educação a todos e 208, que prevê atendimento educacional especializado aos alunos com necessidades especiais, inicia-se um processo de inclusão importante para a EDH.
Com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 1996, redige-se um capítulo específico, garantindo-se um currículo adaptado para a Educação Especial e atendimento educacional especializado, também assegurados  posteriormente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Em 2001, cria-se o Plano de Desenvolvimento Nacional de Educação Especial da Educação Básica, garantindo a inclusão de deficientes nas escolas comuns. Porém, com a percepção das dificuldades de acesso e a dificuldade de aprendizagem destes alunos no ensino formal, em 2088, com a Política Nacional Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, estabelecem-se o Desenho Universal em que ferramentas, artefatos e produtos utilizados na educação, são organizados de forma que todos possam utilizá-los com segurança e autonomia, além de metas de acessibilidade arquitetônica, pedagógica, tecnológica e de comunicação.
 Para a verdadeira inclusão dos deficientes, somente a matrícula não basta, são necessárias condições de efetiva participação, com dignidade, conforme lhe confere em direito a Constituição.
Aos professores interessam essas legislações, para que a EDH e concomitantemente a educação inclusiva, não se trate apenas de tolerância e reconhecimento das diferenças, mas de respeito e conhecimento pedagógico que permitam a aprendizagem escolar e social.

Vídeo-aula 21: EDH na Sala de Aula

A aprendizagem constitui um momento de abertura para acolher informações, conhecimentos e significados, e, incorporá-los a maneira de ser e de viver do sujeito. Porém, para que isto ocorra de modo significativo, precisa-se considerar  as capacidades, a história, os conhecimentos prévios, os estados psíquicos, os interesses e as condições de trabalho, tanto dos alunos como dos professores. 
A educação em direitos humanos deve ter o aluno como eixo central  do processo de aprendizagem e ser efetivada de maneira transversal e interdisciplinar. Isto significa desenvolver temas ligados a realidade da comunidade em que o discente está inserido, levantanto que direitos humanos são respeitados ou violados na mesma. Quando se fala em violência contra a mulher, por exemplo, pode-se trabalhar os diversos conteúdos formais como dados estísticos em Matemática, produção de textos em Língua Portuguesa, regiões onde as mulheres são mais agredidas em Geografia e acontecimentos históricos e sociológicos de porque isto ocorre com mais frequência em determinadas sociedades, ao mesmo tempo, em que se trabalha um tema significativo para o respeito aos direitos humanos.
A metodologia utilizada na apresentação do conteúdo é fator determinante para que o aluno considere ou não  relevante e interessante, o tema em questão. Desta maneira, o professor deve procurar diversificar as aulas com atividades extraclasse, visitas a museus, debates,  aulas práticas, experimentos, passeios culturais, fugindo assim da monotonia das aulas expositivas, apesar destas, serem igualmente importantes em determinados momentos do processo de aprendizagem.
A aprendizagem baseada em problemas e o desenvolvimento de projetos são estratégias interessantes para a EDH, pois problematizam a realidade, instigando o aluno à acões investigativas e ao trabalho em grupo que promove a divisão de tarefas e responsabilidades. Exige a ação, a atitude e a descoberta de soluções, tão necessárias para educar em direitos humanos

terça-feira, 1 de maio de 2012

Vídeo-aula 20: Diferentes Possibilidades Culturais no Currículo Escolar

Antes de abordar o currículo escolar, o vídeo destaca os principais locais onde se estabelecem as identidades e diferenças: na família, na escola, na comunidade e na mídia, esta, dissimina uma identidade-referência historicamente hegenônica, ou seja, do branco, euro-americano e homem. Portanto, meninas e meninos negros, mesmo antes de entrarem na escola, têm suas identidades construídas a partir de identidades-referência branca, influenciando suas subjetividades e encontrando muitas dificuldades no ambiente escolar, devido as suas representações fenotípicas.
As possibilidades de mudar esta situação estão no currículo, todavia, este não contempla devidamente a cultura negra, ou de outras minorias.
Práticas que traçem o perfil e mapeiem os interesses dos discentes, podem facilitar a introdução de projetos da cultura negra no cotidiano escolar, e não somente, em datas comemorativas. O projeto pedagógico deve levar em consideração ainda, a existência das diferenças que causam preconceitos (ainda que velados) e fazer reflexões que venham combatê-los.
Reflexões importantes sobre este tema devem ser inclusas em debates , fóruns ou mesmo na sala de aula:
identificação da hegemonia branca; os benefícios da desconstrução desta hegemonia; justiça curricular; a ação dos alunos na descontrução de abordagens preconceituosas; estreitamento da relação aluno/comunidade/escola. As sugestões anteriores não se tratam de uma receita, pois cada contexto exige um trabalho diferente, mas podem auxiliar o professor no trabalho de inclusão.

Vídeo-aula 19: Relações Etnicorraciais na Escola

A utilização do termo raça, esconde a relação de poder e dominação, determinada hierarquicamente pela  raça branca como superior quando comparada a raça negra e amarela.
Atualmente, alguns autores preferem utilizar o termo etnia, para evitar constrangimentos, mas substituir uma palavra pela outra, não transforma a situação de desigualdade entre as culturas e povos, que continua predominando na sociedade e obviamente, na escola.
Quando dizemos que somos um país de mestiços, levanta-se uma falsa impressão de que somos todos iguais, firma-se o mito da democracia racial.
Na escola a discriminação ainda existe, a identidade do branco ainda prevalece sobre as diferenças do negro, ainda que muito camuflada ou disfarçadamente.Os professores, devem estar atentos, em suas atitudes, promovendo discussões, intervenções e reflexões sobre estes marcadores sócio-culturais, promovendo assim relações realmente igualitárias e democráticas.

Vídeo-aula 18: EDH e Ambiente Escolar

A igualdade entre os indivíduos pode ser reconhecida por leis e tratados, mas não está assegurada juridicamente se as pessoas não reivindicarem seus direitos e dos outros ou se não conhecê-los. A EDH, se torna fundamental para o reconhecimento e promoção da igualdade e democracia.
Educacionalmente, mais importante que dar aulas expositivas sobre os direitos humanos é a forma como o processo educacional é conduzido, no sentido da convivivência democrática, da articulação da escola com a família e a comunidade, de permitir o protagonismo discente e de elaborar práticas voltadas a ações que promovam os direitos humanos.
As principais dimensões do ambiente escolar que se relacionam com a EDH são:
- Relações Humanas: que envolvem todas as relações interpessoais existentes no ambiente escolar, as resoluções de conflitos, a motivação de alunos e professores, a participação dos pais e da comunidade. Não é possível falar em EDH, em uma escola que impõe regras definidas sem a participação dos alunos, ou em que as soluções de conflitos são punições ao invés de uma relação dialógica.
- Espaço Físico: observar se o prédio, os sanitários, os espaços de convivência, a locolização são adequados
a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. Não é possível educar em direitos humanos, sem banheiros limpos, sem carteiras ou locais que permitam ao jovem pesquisar ou realizar atividades de debate e discussão.
É importante que o professor avalie se sua prática é favoravel a EDH, para tanto seguem abaixo, resumidamente, algumas ideias retiradas de resoluções que constam no Plano Mundial e Nacional de Educação em Direitos Humanos:
- discutir e definir deveres e responsabilidades de professores e alunos (ainda que esta decisão não seja unânime);
- utilizar procedimentos dialógicos para a solução de conflitos;
- utilizar propostas de trabalho em que o aluno seja protagonista, realizando atividades organizadas por eles próprios, dando oportunidades para os mesmos de mediar e defender seus interesses e do próximo;
- conscientização de pais e familiares a respeito da importância da EDH;
- desenvolver projetos e ações na comunidade;
- reconhecer e celebrar conquistas dos Direitos Humanos por meios de festividades.

Vídeo-aula 17: Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH)

A EDH surge com mais força no cenário mundial a partir de 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos; uma resposta aos conflitos, sofrimentos e atrocidades provocados pela 2ª Guerra Mundial.
No Brasil, apesar das lutas e movimentos sociais durante a ditatura, a EDH,  começa a ser pensada institucionalmente, a partir da Constituição de 1988 e da criação das Leis de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Brasileira (1994).
Com a  LDB cria-se uma legislação para orientar os Estados e Municípios, elaborando-se planos e políticas de ensino, que permitem cobrar do poder público uma educação de melhor qualidade, mais democrática e consequentemente com maior abordagem sobre a questão dos direitos humanos; não basta mais aprender somente no campo cognitivo, mas exercitar a atitude, a ação e as lutas.
A implantação do PNEDH, se dá em dois momentos em 2003 e em 2006, quando é definido e organizado em cinco áreas:
- Educação básica: como direito de todo ser humano e com o objetivo de extinguir o analfabetismo no país;
- Educação superior: visa superar a educação conteudista e associar as pesquisas e o ensino com os direitos humanos;
- Educação não formal: auxiliar as organizações civis, orientar instituições não governamentais em seus direitros como cidadãos;
- Sistemas de Justiça e Segurança Pública: promover entre funcionários públicos destes setores  a EDH, já que estes, monitoram e implementam leis relativas aos direitos humanos.
- Educação e mídias: considerar a importância dos conteúdos da mídia, no que diz respeito a formação de valores e identidades, reconhecendo as tecnologias como aliadas do processo educacional.

Vídeo-aula 16: Encaminhamentos Pedagógicos: Blog no Ensino de Ciências

O vídeo relata a experiência de trabalho com seis classes do 9º ano de uma escola de ensino formal.
A escolha do Blog como ferramenta se deu, por este permitir a produção de texto de melhor qualidade, a correção dos mesmos, a reflexão, a análise e aprofundamento de conhecimentos.
 A atividade inicia-se com os alunos produzindo seus perfis, o que permitiu o mapeamento das principais áreas e temas de interesse dos mesmos. Solicitou-se uma produção mínima, mas os alunos começaram a produzir, mais que o mínimo estabelecido. Alguns conflitos surgiram no início do processo (cópia de textos da internet, por exemplo), mas oportunizaram negociações e diálogos importantes para o processo democrático.
Os professores fizeram um acompanhamento constante das produções, a fim de observar que representações os alunos tinham a respeito de determinados temas, colhendo assim dados para preparar novas atividades ou descontruir ideias preconceituosas a respeito dos temas abordados. Observou-se também, que houve interação entre os alunos da classe entre si, com alunos de outras classes e com pessoas de fora da escola, o que ampliou a possibilidade de descontrução de conceitos considerados pouco democráticos, visto que permitiu a exposição de ideias de diferentes grupos e culturas.
O resultado do trabalho foi positivo, visto que  comtribuiu para a produção de texto(tão indesejada pelos alunos), para ampliar o campo de pesquisa e as trocas de informaçoes e ideias, além de modificar o conceito dos alunos a respeito da tecnologia, muito mais amplo agora.

Vídeo-aula 15: A Produção da Identidade/Diferença, Culturas Juvenis e Tecnocultura

O conceito de juventude a que se refere o texto não está ligado a fase biológica, natural ao adolescente, mas a cultura deste grupo, que resulta da condição sócio-econômica em que vive e dos discursos veiculados pela mídia, que influenciam na formação da identidade do mesmo.
O padrão de identidade ideal nos dias de hoje é o de jovem feliz, bonito, cercado de pessoas, em festas, atletas, bem sucedidos econômicamente; os que não se enquadram neste padrão, possuem diferenças que os excluem.
Muitas vezes, a mídia é responsabilizada por moldar os comportamentos juvenis, mas ela nada faz além de pesquisar a respeito dos interesses destes grupos, para produzir produto que sejam atraentes, produtos com quais o jovem se identifica e por isto, consome. 
A escola deve de certa forma, copiar a mídia, identificando e mapeando os grupos de jovens e seus interesses, na tentativa de atraí-los, gerando sedução e identificação em relação aos projetos educacionais desenvolvidos.
Em contrapartida a escola discrimina a atitude juvenil, classificando o jovem como violento, indisciplinado sem ideias ou conhecimentos.
Nos centros urbanos, segundo pesquisa da MTV, cerca de 90% dos jovens estão conectados a internet.  Este dado cria na juventude atual novas características: tranformação constante e veloz de idéias e conceitos, diversidade de contatos culturais, desnaturalização do corpo(através dos perfis que criam), contato com diversas formas de linguagem e insegurança em relação a violência e as relações sociais.
As práticas acadêmicas nada tem a ver com as fontes de informação, sociabilização, construção de conhecimentos e de identidade apresentadas pelas novas tecnologias e que atraem fortemente o público jovem. Os projetos educacionais, devem  associar-se a tecnologia, usar novas ferramentas, buscando maior interesse e desenvolvimento do aluno.


Vídeo-aula 14: As Dimensões da EDH

As dimensões da EDH devem ser consideradas em quatro aspectos:
1- Conhecimento: a EDH deve levar em consideração o conhecimento historicamente construído, durante as lutas sociais que ocorreram em defesa dos direitos humanos no Brasil e no mundo.Os educadores devem relacionar os documentos de referência e os movimentos ocorridos com a realidade dos alunos e da comunidade em que vivem, para que estes possam além de tornarem-se sujeitos de direitos, reconhecerem os direitos do próximo;
2- Valores Democráticos: a escola deve desenvolver temas e atividades, que permitam atitudes e práticas sociais que valorizem e expressem o respeito aos direitos humanos. A EDH tende a desenvolver valores como liberdade, responsabilidade (pessoal e social), justiça, solidariedade, pluralidade, diversidade e inclusão. A aquisição destes valores permite um convívio mais democrático, com redução de atos discriminatórios e maior respeito às diferenças;
3- Desenvolvimento de Metodologias: a prática do professor deve estar pautada na construção coletiva e participativa, em que a centralidade do processo educacional é o educando. Este por sua vez deve ser o protagonista, inserir-se socialmente, participando direta ou indiretamente das decisões e atividades realizadas na escola;
4- Práticas: fortalecer práticas individuais e sociais que promovam a proteção e defesa dos direitos humanos, bem com a reparação de possíveis violações que venham a ocorrer. A educação deve ser voltada ao desenvolvimento do pensamento crítico, através de projetos de cunho social, que permitam a investigação, tomadas de decisões e ações para transformação da realidade.