sexta-feira, 6 de julho de 2012

Vídeo-aula 28: O professor não pode estar só

A Constituição Federal Brasileira de 1988, garante a todos o direito a educação, mas na realidade sabemos que isto não acontece com as crianças com NEE.
Para mudar esta realidade não é possível admitir que um professor trabalhe sozinho com salas numerosas, compostas de alunos com as mais diversas características, esperando-se que todos tenham o mesmo desenvolvimento. Esta situação tem gerado frustração tanto para alunos, que se sentem incapazes de aprender, quanto para professores, que se sentem incapazes de ensinar, ou não acreditam nos potenciais dos alunos.
A persistente dificuldade dos alunos e de professores, deve ser tema de debate nos horários de trabalho pedagógico, a fim de buscar soluções extra-escolares, formando uma equipe interdisciplinar, constituída pela família, profissionais da saúde, assistência social e a própria EQUIPE escolar.
O trabalho interdisciplinar sugere que escola e outros agentes envolvidos no processo de inclusão, trabalhem  de forma congruente, buscando novas formas de estimular alunos com NEE, planejando juntos possíveis intervenções, auxiliando a compreender tanto aluno, quanto professor, mas invariavelmente, esta equipe não pode trabalhar de forma fragmentada.
Por outro lado, o professor, pode também ter atitudes que evitem o isolamento do seu trabalho: cobrar da equipe de gestão; estar aberto a aprender e incorporar novas ideias e práticas pedagógicas; refletir sobre suas expectativas e perspectivas; buscar uma relação mais empática com os alunos e encorajar a família, dando ênfase às qualidades da criança especial, não apontando somente as dificuldades.
Acreditar no próprio trabalho e na evolução cognitiva, afetiva e sócio-cultural da criança, são condições essenciais para o desenvolvimento de um boa prática pedagógica, não só com alunos especiais, mas também com os discentes do ensino regular. 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Vídeo-aula 27: O professor não pode estar só

A complexidade de todos os protagonistas que estão envolvidos no processo de inclusão de crianças com NEE, está ligada especialmente a três grandes instituições:
1ª - A família que tem algumas dúvidas e preocupações:
- se seus filhos serão bem acolhidos e aceitos no ambiente escolar no sentido afetivo e no aspecto das relações interpessoais;
- que não acredita na capacidade dos profissionais e na aceitação de outras famílias;
-se a criança irá adquirir conhecimentos e autonomia;
2ª- A escola: como deve ser a ação de professores, funcionários e equipe de gestão?
-Deve haver uma socialização das ideias, através de reflexões, planejamentos, avaliações e replanejamento; -o espaço físico as tecnologias, devem atender às necessidades especiais (isto quase nunca ocorre);
-sustentação teórica para responder a dúvidas e perguntas;
-criação de programas de capacitação de professores;
- estabelecer parcerias com outras entidades profissionais e instituições;
3ª -Instituições que prestam serviços de saúde: são de vital importância porque têm autonomia e qualificação para diagnosticar de forma precisa as deficiências, sendo estes diagnósticos essenciais para o trabalho do professor que pode, inclusive, desenvolver conjuntamente com os profissionais da saúde, programas e atividades para as crianças com NEE.
Obviamente que além das instituições, outros agentes influenciam de forma decisiva a inclusão escolar:
- o professor: que deve buscar formação adequada, mas que, essencialmente, precisa acreditar no real desenvolvimento da criança, sem desenvolver somente atividades de socialização e sem estigmatizá-la.
- a criança com necessidades especiais: saber ouvir esta criança, quem é ela? quais suas necessidades e habilidades, dentro do contexto em que está inserida?
-as outras crianças e seus familiares: quais são os medos e inseguranças que estes tem em relação a inclusão? Quais são os preconceitos ; existem muitas famílias que são favoráveis a diversidade.
Enfim são inúmeras as perguntas e poucas as respostas, estas só podem ser obtidas, através do envolvimento e de um árduo trabalho de todos os envolvidos no processo de inclusão, respeitando-se as características de cada comunidade em questão.

Vídeo-aula 26: O professor autor

Na vídeo aula anterior, postei um conto de minha autoria. Inicialmente fiquei inseguro, pois não sabia se estava dentro da proposta do curso, mesmo assim arrisquei, corri o risco de desobedecer. Conforme fui escrevendo o texto, fui me empolgando, deixei minhas ideias fluírem e depois de algumas frases, percebi que eu estava em total sintonia com as palavras e com o contexto da vídeo-aula.
Empolguei-me muito por estar abordando e contando (por que escrevi um conto) o conteúdo em questão, mas ao mesmo tempo elaborando-o, refletindo sobre o mesmo, reconstruindo-o e com minha ideias, com liberdade e com autonomia.
Acredito que esta vídeo-aula (26), solicita que o professor tenha a postura que tive ao postar o vídeo 25, quando este estiver dentro da sala de aula.
Desculpe-me se fui pouco modesto, esta não era minha intenção, mas se o fiz, a responsabilidade foi do professor Gabriel Perissé, que tanto me estimulou a ler, ouvir, refletir, escrever e também contrariar uma frase que emana submissão: "Manda quem pode, obedece quem tem juízo".

Vídeo-aula 25: O professor pensador

Para apresentar minhas ideias sobre esta vídeo-aula, resolvi escrever um pequeno conto que retrata de forma metafórica: o Livro - que alimenta o pensamento; uma aluna - entusiasmada com a ação de sua professora, mas que também compartilha de sua sabedoria com a mesma; uma professora pensadora - curiosa e que sempre acredita e uma professora não pensadora - que quase morre no final.
                                           O Jardim do Pensamento

 Seu  Capadura, era chamado assim por que tinha muito boas ideias dentro de si, mas por fora parecia-se com a capa daqueles livros velhos, rústicos, destes que ninguém mais dá valor. Por dentro era muito sensível, amava as flores e qualquer tipo de planta, por isto, tinha muito cuidado com seu jardim, que por sinal, era o mais bonito da vizinhança, todavia, havia uma minúscula clareira, o que em nada lhe agradava. Ele gostava de flor e árvores por toda parte, quando alguma plantinha morria, logo era substituída por outra e foi o que ele fez no pequeno espaço que havia no seu jardim.
Chegando na floricultura pediu uma árvore que crescesse rápido e duas plantas trepadeiras. 
Voltando para o sítio, a primeira coisa que fez foi ir até o jardim, fez uma cova para o sansão do campo,      árvore espinhosa, mas que em poucos meses serviria para cobrir o incômodo espaço; em cada lado da árvore plantou uma trepadeira. Alguns dias depois foi conferir e as plantas estavam bonitas, tinham cravado raízes.
- Já posso dar nome as minhas plantinhas- disse satisfeito; -a árvore vai se chamar furadedo porque é muito espinhosa, a planta da direita vai se chamar atreVIDA e a da esquerda reclamona. 
- Nossa! por que ele deu esse nome pra mim? eu não merecia - indagou a plantinha da esquerda.
- Não liga não, olha quantas flores bonitas tem ao nosso redor e o dia tá lindo -disse a atreVIDA.
- Magoei...  disse a reclamona e pôs-se a dormir, perdendo toda a energia daquele dia ensolarado.
- Eu não posso nem reclamar, minha pele é ruim mesmo, ó quantas espinhas que tenho - disse a sansão do campo, gargalhando.
Alguns dias se passaram e a atreVIDA já estava inquieta:- Ei, ei, sua preguiçosa, acorda, vamos subir um pouquinho na grandona aqui do nosso lado, vamos vai?
- Eu não, sei lá o que tem lá em cima, e outra, tá cheio de espinhos nessa feia aí - respondeu a reclamona.
- Feia não, só estou em fase de crescimento -disse a furadedo.
- Tá bom eu vou sozinha, então; posso né furadedo?
Logo nos primeiros centímetros que subiu, atreVIDA  furou uma folhinha no espinho da furadedo, mas não desistiu, continuou subindo.
- Vem aqui vai reclamona, a vista é ainda mais bonita daqui de cima.
- Já disse que não, que não gosto.
- Como não gosta, você nem tentou, vem, anda logo. 
- Atrevida - repreendeu furadedo: - deixa ela, senão você vai se distrair e se furar de novo.
- Nem ligo- retrucou a atreVIDA: - um furinho aqui, outro ali, "eu não desisto assim tão fácil mau amor" como diria o Fábio Junior, aquele gato.
- Ah, não me perturba, já disse que não quero. Dá um tempo- disse a trepadeira "da esquerda".
Passaram-se alguns meses e constantemente a atreVIDA convidava  a reclamona para fazer coisas novas e explorar novos horizontes, mas ela nunca topava. Já o furadedo, que sempre escutava os conselhos de sua animada amiguinha, já estava se tornando uma frondosa árvore. 
Enquanto a atreVIDA, já tinha subido mais que um metro e sem furar mais nenhuma folhinha, já que ela havia aprendido a se desviar dos espinhos da furadedo, que a essa altura já eram enormes, a reclamona continuava no chão, com medo de ser feliz.
Estranho a reclamona ser tão desanimada, por que o seu Capadura tratava todo mundo igual: dava água, adubo, conversava e até contava história. 
Alguns meses se passaram e a atreVIDA  não deixava de tentar animar sua amiga, que ainda estava a poucos centímetros do chão:
- Olha quantas estrelas lindas, vem ver. Ó, ó uma estrela cadente, sobe rápido.
- Que estrela? Só tô vendo um monte de folhas e...espera, peraí, vi uma estrelinha- disse quase animada (mas não queria dar o braço a torcer): - que luzinha sem graça.
Já haviam se passado oito meses, o furadedo já estava com quase 5 metros de altura e a atrevida, já não tinha mais voz para estimular sua amiga, dos quase 3,5 metros que alcançara. Nessas alturas e nesta altura ela precisava de muito mais água e adubo que a reclamona. Naquela noite,   a t r e v i d a     não encontrava mais forças para dizer a companheira o quanto era importante e bonito subir, parecia estar des  pe  da  ça  da... desistiu.
No dia seguinte, logo pela manhã ao visitar o jardim, seu Capadura percebeu como a trepadeira da direita estava grande, mas parecia fraca e desanimada, então, ele a regou com muita água, colocou muito adubo em suas raízes e até conversou com ela:
- Vamos atrevidA, você pode atreviDA, você consegue atreVIDA.  Então, foi para o lado da reclamona, que parecia já estar morta: 
- você também reclamoma acorda, vai ficar só olhando e deixar sua amiga crescer sozinha.
O pouco de água e adubo que, o velho e bom amigo, colocou nos pés de reclamona, foram suficientes para fazer uma pequenina flor brotar.
AtreVIDA, que já estava totalmente recuperada, olhou para baixo e sorriu...naquele momento ela desistiu de desistir de ajudar reclamonA, no momento em que sua amiga teria lhe dado o primeiro sorriso, não seria justo abandoná-la.
Cunha SP - 05/07/2012
  

Vídeo-aula 24: Modelos de ensino: das concepções docentes as práticas pedagógicas

Muitos são os desafios da inclusão diante do contexto educacional, que passa por inúmeras transformações: mudanças na legislação, nas relações sócio culturais, na demanda do mercado e nas funções da escola. Diante disto, as concepções docentes também precisam ser modificadas.
O conhecimento específico das disciplinas, a função disciplinadora, a prática pedagógica restrita ao ensino, passam a dar lugar a outros valores como a introdução de novas metodologias e didáticas, a preocupação com o desenvolvimento dos alunos, o trabalho em grupo,  a ampliação das atribuições da escola (anteriormente limitada ao ensino da leitura e escrita), o trabalho conjunto de vários atores que fazem parte da vida do educando (pais, outras famílias, colegas de classe, equipe escolar, profissionais da área da saúde).
Conjuntamente, todos os envolvidos no processo educacional de crianças especiais, devem buscar recursos e soluções para auxiliar o desenvolvimento pleno destes discentes, seja para fazer um diagnóstico, para criar estratégias de aprendizagens, auxiliar no replanejamento, estimular a criança, seja para lutar por melhores condições de trabalho. Porém, deve-se ressaltar, que o professor tem a grande oportunidades de ser o elo entre os vários agentes e o mediador deste processo.

Vídeo-aula 23: A educação de pessoas especiais é de fato ineficaz?

Educar crianças com NEE é uma questão muito complexa, quando o trabalho pedagógico esta atrelado a velhos paradigmas, que pressupõem que todas as crianças se desenvolvem igualmente, durante o mesmo tempo, de forma regular e linear. Assim, os alunos deficitários e com mais dificuldades,  passam a ser vistos como deficientes, o que implica em uma ruptura com os princípios básicos da educação e que levam a um processo de aprendizagem comprometido, desestabilizam as relações professor/aluno, dificultando o aprendizagem e levando o professor ao descrédito da possibilidade do aluno aprender.
Essa complexidade em relação as NEE, são minimizadas por recursos técnicos e profissionais, quando se trata de deficiência sensorial ou física, é o caso dos deficientes visuais que contam com o Braile e recursos de amplificação visual ou de deficientes físicos que podem utilizar recursos para se locomover e cadeiras e computadores adaptados à sua deficiência (aqueles tem recursos).
Cabe aqui a seguinte questão: e os alunos com deficiência mental ou intelectual?
A socialização é um dos grandes méritos do processo de inclusão e é de fato importante, mas não é o único componente deste processo. A aprendizagem inclusiva deve englobar aspectos cognitivos, afetivos e sócio-culturais, todavia, será que a criança com NEE é capaz de de se desenvolver nestes campos? Se sim ou se não, só é possível saber quando se oportuniza e se dá chances a estas crianças.
Um conceito importante para estimular o professor no trabalho com crianças especiais e o da plasticidade cerebral, que é uma propriedade do sistema nervoso que permite adaptações estruturais e funcionais, diante de situações adversas do funcionamento cerebral. Um exemplo, é uma pessoa que tem deficiência visual,  a plasticidade cerebral irá aprimorar seu sistema auditivo, criando mecanismo para "substituir" a visão.
A idade, o local da deficiência e o tempo que esta existe são essenciais no processo de reestruturação cerebral, por isto, quanto mais cedo a criança  for introduzida na escola regular, mais fácil e eficiente será sua adaptação.
A tarefa do professor e da família é buscar um diagnóstico correto sobre a deficiência, não para estigmatizar  o aluno, mas, para que se possa elaborar atividades que desenvolvam as habilidades, potencialidades e qualidades já existentes na criança e detectar os pontos frágeis que precisam pacientemente ser trabalhados.
Lutar contra a descrença e investir na educação de crianças com necessidades especiais, pode torná-la eficaz.

Vídeo-aula 22: O professor leitor

Todos elogiam e acham bonito ler, dizem que é imprescindível; mas o que significa o ato de ler?
Ler é uma aprendizagem a distância, uma forma de conhecer diversos lugares e realidades, de viver personagens e sentimentos sem sair do lugar; você está só, lendo um livro, mas tudo que está distante se aproxima.
Existe outro tipo de leitura, que é mais que interpretar símbolos grafados, é ter capacidade de interpretar o mundo a sua volta, fazer leituras das paisagens dos comportamentos e expressões das pessoas , por isto, é tão importante ser um professor leitor, para fazer a leitura do alunos, das suas inseguranças, das suas necessidades e de sua realidade sócio-cultural.
Com a leitura formal o professor consegue se livrar de seus preconceitos e de suas limitações, inclusive da falta de estímulos. Infelizmente, segundo uma pesquisa de MARTINS (2005), "há poucas referências de professores que demonstrem uma ligação especial com os livros e com a leitura" e se o professor não é um leitor, como pode ser um bom mediador da leitura nas salas de aula; para  fazer com que os alunos leiam, só lhe resta uma alternativa: obrigá-los a ler, como uma necessidade burocrática, um requisito para a aprovação, o que acaba por afastar cada vez mais os jovens da leitura. Alguns dados, confirmam este fato: em 2000, lia-se 2 livros, por ano, atualmente lê-se 4,7; existe uma biblioteca para cada 33.000 habitantes e 70% das escolas não possuem biblioteca, é muito pouco.
A leitura, pode ainda, auxiliar o professor em seu repertório, seu vocabulário; aumenta suas possibilidades de discurso e argumentação, tornando-o uma pessoa mais interessante, enfim, a leitura da sentido a vida, motiva e auxilia no enfrentamento da difícil realidade que vivem hoje os profissionais da educação.



Vídeo-aula 21: A complexidade da profissão docente

Até o final da década de 70, o aluno era responsabilizado pelo fracasso escolar; a partir dos anos 80 com o avanço de estudos psicogenéticos, com novas concepções sobre a estrutura escolar e com os estudos Piagetianos, a culpa pelo fracasso escolar, recai sobre o professor.
Recentemente, estudos vem comprovando a complexidade da constituição do professor  a partir de fatores extrínsecos, intrínsecos, profissionais e de profissionalidade. Desta forma temos que pensar um professor que tem uma visão de mundo atrelada a cultura profissional.
Os saberes do professor, podem ser de caráter formal (pedagogia + conteúdos) ou estarem ligados a concepção que este profissional tem a respeito de sua profissão (saberes vividos). Sendo assim, devem ser observadas no dia-a-dia do professor, condições de trabalho objetivas, referentes a quantos alunos existem em cada classe, a carga horária e local de trabalho, as condições físicas da escola, e/ou condições subjetivas ligadas aos sentimentos e motivação do docente, a seus medos e inseguranças, a sua satisfação ou insatisfação.
A partir da concepção de como se constitui o professor, pode-se estabelecer algumas perspectivas do trabalho docente: conhecer (disponibilidade para renovar o trabalho), viver (tornar-se sujeito do conhecimento), refletir (definir e criar caminhos alternativos) e lutar( pela valorização da classe e pelo trabalho coletivo);
O grande desafio é fazer com que produções teóricas de qualidade cheguem ao professor e que este as coloque em prática em um cotidiano em que falta autonomia, motivação(financeira e emocional) e tempo
(para o lazer e para a vida pessoal).
A prática do professor pode seguir dois caminhos: o das possibilidades, em que o professor busca novas saídas e luta para mudar a realidade, e, o dos limites, em que o professor não tem mais esperanças em transformar e já não consegue mais lutar contra o sistema.


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Vídeo-aula 20: A complexidade no estudo dos processos de desenvolvimento humano

Quando pensamos em desenvolvimento, não podemos olhar a criança como um ser que apreende por si só, de forma linear e autônoma. É necessário pensar em seu desenvolvimento com um todo biológico, psicológico e sociológico. Sendo assim, não podemos deixar de destacar o papel das instituições de que esta faz parte, como a família, a escola, a igreja, além dos grupos sociais a que pertence, na sua formação, desenvolvimento e aprendizagem. Desta forma, é de suma importância que o professor conheça a origem e o histórico de seus alunos. 
Um caso conhecido de como o meio é importante no desenvolvimento do ser humano é o das meninas lobas, que na maior parte da infância conviveram com um matilha de lobos e por isso se comportavam como estes animais, mas, que ao passarem a conviver em sociedade, mudaram a forma de se comunicar, alimentar, locomover e interagir.
No caso da aprendizagem, o professor deve refletir sobre o contexto em que esta ocorre, a forma como se relaciona com os alunos, como introduzir a criança no meio escolar, dando-lhe autonomia, mas ao mesmo tempo intercedendo a seu favor durante durante as dificuldades.
O contato com os profissionais da educação podem ser positivos ou negativos, ou seja, as relações entre professores e alunos, podem delimitar, ou, ampliar e impulsionar interações e aquisições. Por isto, deve-se sempre estimular os alunos, ao invés de prever-se o final de um seu comportamento; nunca se pode dizer que o aluno não vai aprender, se ainda não lhe foi dada esta chance. O professor deve refletir se o seu papel está sendo de abrir ou de fechar portas para o desenvolvimento do educando.

Vídeo-aula 19: O todo pela parte

A vídeo-aula é baseada em estudos de GOFFMAN e trata da exclusão causada pela não aceitação plena do indivíduo, dada a características que este apresenta e que estão fora dos padrões considerados socialmente "normais".
Muitas vezes as pessoas encondem suas características por medo de serem estigmatizadas e acabam tornando-se infelizes, e isto, não ocorre somente na esfera da educação especial, é o caso dos homens homossexuais, por exemplo, que muitas vezes se casam com mulheres ou vão para seminários, para esconder suas reais convicções sobre a sexualidade.
A pessoa estigmatizada pode ser classificada em duas condições: desacreditado (quando a característica distintiva é evidente, caso dos cadeirantes) ou desacreditável (quando sua "diferença" não é perceptível em um primeiro momento, caso de pessoas com epilepsia).
O indivíduo desacreditável, corre menos risco de sofrer preconceitos em um primeiro momento, já que sua "deficiência" não é imediatamente percebida e as pessoas com quem este  inicia um convívio, terão oportunidades de conhecê-lo em suas qualidades e virtudes antes de criar um pré-conceito, o que já não se pode dizer no caso de um aluno desacreditado em que na maioria das vezes são estigmatizados por um todo deficiente, antes de ser conhecido em sua essência e características positivas.
Cabe aqui um ditado popular: "a primeira impressão é a que fica", porém, o professor não pode se deixar levar por esta máxima, ou estará correndo o risco de impedir que o aluno especial tenha reais chances de aprendizagem por classificá-lo como incapaz de aprender ou ter boas relações no meio escolar e social.
Muitos pais acreditam que colocar o filho com NEE em escolas especializadas é a melhor forma de protegê-lo dos preconceitos e ao mesmo tempo favorecer sua aprendizagem; porém, estudos comprovam que a criança especial precisa conviver com crianças ditas "normais", para aprender desde de cedo a defender-se contra possíveis estigmas e interagir com o mundo real que não é formado somente por crianças deficientes.
Como finalizou a excelente palestrante, precisamos quebrar nossas certezas, principalmente a certeza de que alunos especiais não são capazes de aprender ou interagir com o meio e com as pessoas.

Vídeo-aula 18: A escola e as instituições culturais

Visitar instituições culturais como museus feiras , entre outras, é muito interessante pedagogicamente, pois os professores podem relacionar conteúdos escolares a estes "passeios" culturais.
Parcerias com instituições culturais podem ser feitas tanto no Brasil como no exterior, já que a visita não precisa ser necessariamente presencial, podendo ser virtual. Este tipo de atividade pode ser muito enriquecedor, pois permitem ao aluno contato com diversos assuntos de diversas disciplinas, por exemplo:
Um passeio pelo Parque Estadual da Serra do Mar na cidade de Cunha -S.P.- questões como a cobertura  de Mata Atlântica na região e no país; em que circunstâncias começou-se o desmatamento (na década de 60, a partir do processo de industrialização e urbanização); estudos sobre a topografia da região; questões sobre a Revolução Constitucionalista de 1932, da qual, Cunha foi palco de batalhas; a questão da preservação da fauna e da flora; as razões pelas quais o IBHAMA, não permite a construção da estrada Cunha-Paraty (envolve questões políticas e ambientais);  as alterações fisiológicas que ocorrem após caminhada pelo parque e banho nas águas geladas das cachoeiras; qualidade e composição química da água das nascentes do parque, quando comparadas com a água que abastece a cidade; que tipos de artesanato podem ser confeccionados de forma sustentável com a vegetação da mata (taboa, por exemplo), ou que paisagens podem ser pintadas ou reproduzidas através de um concurso de fotos.
O interessante é que estas visitas se convertam em conhecimentos ou até exposições organizadas por professores e alunos, com fotos, textos, pesquisas, produções artísticas dos alunos, em que estes sejam orientadores para os visitantes.
O professor deve favorecer a associação destas aprendizagens, ao cotidiano e a realidade do aluno, a fim de que este possa refletir, intervir e transformar a mesma quando necessário.

Vídeo-aula 17: O professor e a cidade educadora

O professor deve se aproveitar das paisagens, feiras, museus, parques e arquitetura de sua cidade, como fonte de conteúdo, já que estes espaços permitem buscar informações de caráter educacional, expandindo o universo cultural dos estudantes. Este trabalho pode ser feito também de forma virtual.
O professor deve preparar os alunos para as visitas, com aulas sobre os conteúdos e questionamentos sobre o que o aluno já sabe sobre o objeto de estudo; permitir interações com os espaços e com seus colegas; retomar o conteúdo proposto através da proposição de tarefas e reflexões; relacionar o passado com o presente político, histórico, arquitetônico, natural, geográfico e com outros temas relevantes para a educação.
O planejamento é fundamental : as ações a serem desenvolvidas, o local onde se vai visitar, se o tema aborda assuntos de interesse dos alunos e propicia a interdisciplinaridade; estabelecer juntamente com os alunos locais com importância artística, histórica, ambiental, arquitetônica.
Levar o aluno a aprender fora do espaço escolar, além de tornar a atividade mais motivante, pode tornar o conhecimento, principalmente sobre a comunidade em que se vive, mais acessível.

Vídeo-aula 16: Trajetórias escolares de pessoas com deficiência e a Educação para Jovens e Adultos (EJA)

A vídeo-aula apresenta duas pesquisas que permitem uma reflexão sobre o por que cada vez mais jovens com deficiências procuram o EJA.
A primeira pesquisa TINÓS E AMORIM (2008) trata de um mapeamento de dez anos com alunos com NEE que frequentaram o EJA em uma cidade do interior paulista. A primeira barreira encontrada pelos estudiosos foi a dificuldade de encontrar dados referentes aos estudantes com qualquer tipo de deficiência. Ainda assim, conseguiu-se levantar os seguintes dados sobre estudantes com necessidades especiais que frequentaram o EJA entre 1998 e 2008:
- 43% eram portadores de deficiência mental ou déficit intelectual;
-18% eram portadores de deficiência auditiva ; índice bem maior que o do MEC, já que na cidade onde foi realizada a pesquisa, havia um trabalho específico para este tipo de deficiência.
-51% dos alunos chegaram ao EJA, após frequentarem escolas especiais;
-26% vinha de escolas públicas.
Aqui cabe uma questão: por que procurar o EJA, se as instituições as quais frequentavam deveriam estar aptas a alfabetizar e ensinar?
A segunda pesquisa TINÓS (2010), esta de ordem qualitativa, apresentou o quadro de uma aluna que levou 26 anos para conseguir a certificação devido as mudança de instituições de ensino (públicas e privadas) as quais frequentou, para receber a certificação equivalente a 4ª série do ensino fundamental.
 A constante mudança de escolas, deveu-se ao fato de a aluna (com distonia generalizada), necessitar do auxílio de familiares ou colegas, já que sua disfunção a impedia de comer ou ir ao banheiro sozinha, por exemplo, além de sentir-se excluída e discriminada e enfrentar várias dificuldades de adaptação.
Em 2008 a referida aluna conseguiu a certificação pelo EJA e tem planos de continuar estudando, apesar de todas as decepções e dificuldades que enfrenta até os dias de hoje.
Dos registros realizados de 2004 a 2007, somente 0,42% do alunos com NEE conseguiram a certificação neste período.
Temos que refletir sobre os sonho que todos temos e principalmente sobre os sonhos daqueles que já passaram por tantos processos de exclusão; já é hora de nós, profissionais da educação, acolhê-los e fazê-los visíveis, já que as políticas públicas não conseguem promover direitos legalmente constituídos.
Como fazer?

Vídeo-aula 15: Como anda a educação especial no brasil

Dados do MEC, apontam para o crescimento do número de matrículas em escolas especiais;em 1998 foram cerca de 370.000 alunos matriculados, em 2008 este número atingiu cerca de 700.000 estudantes.
Existe também um aumento de crianças com NEE, matriculadas no ensino regular, mas a grande preocupação é que estima-se que 2.850.600 crianças e jovens são portadores de algum tipo de deficiência e somente uma parte muito pequena desta população tem frequentado a escola ou institutos especializados.
Apesar do MEC, criar um decreto (nº3298/1998), que categoriza os tipos de deficiências, as escolas tem dificuldades em realizar estes diagnósticos, dificultando o subsídio estatal, a criação de políticas diretivas e o pior, criando esteriótipos para alguns alunos com Nee, já que os diagnósticos são feitos, normalmente pelo corpo docente, não especializado para este tipo de tarefa.
Outra preocupação é a questão de gênero, já que 60% dos alunos com deficiências que frequentam a rede são meninos; neste caso se comete uma dupla exclusão, primeiramente por ser a estudante "deficiente" e secundariamente por ser menina.
Alunos com dificuldades mais simples ou que têm problemas de indisciplina também estão sendo matriculados em salas especiais, o que dificulta ainda mais o levantamento real de dados.
A grande preocupação dos profissionais da educação é saber onde estão as crianças e jovens com NEE, já que o tempo de permanência, é em média somente de 4 anos nas instituições de ensino e somente 1,5% chega ao ensino médio, ou seja, muitos jovens não conseguem a certificação  de escolaridade.

Vídeo-aula 14: Processos de aprendizagem e implicações para a prática docente

Alguns mitos afirmam que a aprendizagem é consequência do ensino e que obedece etapas (como se fossem degraus) para se concretizar. Porém, de que maneira realmente se constrói o conhecimento em suas três dimensões: cognitivo, afetivo e funcional?
A aprendizagem, segundo Vygotsky, provém das relações do sujeito com o outro, dos processos de interação, mediação e linguagem, que se estabelece entre ambos.
Para Piaget, a aprendizagem se dá a partir das experiências vividas sob a forma de um processo complexo e multifacetado, que engloba uma rede de relações, de ideias e significados únicos para cada indivíduo.
O sujeito piagetiano é ativo, se transforma e muda de posição constantemente, levanta hipóteses a partir de seus conhecimento, testa-as, surpreende-se com resultados negativos, que causam novos desequilíbrios cognitivos e que o instigarão a continuar a busca pelo conhecimento.
Neste sentido, o docente, durante o processo de aprendizagem, deve propor problemas, desestabilizar concepções prévias, favorecer o debate, a reflexão, a criação, o registro, a sistematização do conhecimento e finalmente, propor novos problemas.

Vídeo-aula 13: A construção do fracasso: os mecanismos do não aprender e os desafios do professor

O fracasso escolar, pode ser percebido no dia-a-dia de nossas escolas, além de ser demonstrado em avaliações externas como o SARESP, SAEB e IDEB.
Algumas explicações reducionistas sobre a situação de não aprendizagem, culpam o aluno, suas condições sociais e a falta de estrutura familiar ou os professores e a escola. No entanto, a questão não é tão simples; vejamos algumas dimensões do não aprender, no que diz repeito as relações do aluno com o mundo e com a escola:
1- Relação aluno/mundo: existe uma oposição entre os valores sociais (capitalistas)  e a aprendizagem; o mundo oferece vários atrativos, e a escola? É desafio resgatar o valor do conhecimento como bem necessário e prazeroso;
2- Relação mundo/escola: o que ensinamos e o que devemos ensinar? Muitas mudanças ocorreram na sociedade atual, mas a escola parou no tempo. Mesmo bem intencionada a escola não está em sintonia com o mundo e por isto, quase nada do que se ensina no ambiente escolar tem significado para os alunos; é necessário levar e o conhecimento para fora dos muros da escola e buscar para dentro da mesma o conhecimento existente na sociedade.
3- Relação aluno/escola: cabe nesta relação questionar como a escola ensina e se ensina por que o aluno não aprende?  Na maioria dos casos, as metodologias utilizadas não alcançam os interesses, necessidades ou processos cognitivos dos alunos; as práticas mecânicas, a constante tensão da relação professor aluno (indisciplina, baixa aprendizagem, falta de respeito mútuo) e a desconsideração à diversidade cultural, certamente, também são fatores que favorecem o fracasso escolar.
No geral, no que diz respeito a não aprendizagem, o desafio maior para os profissionais de educação é manter a pluralidade do aluno, que lhe é inerente quando este chega no ambiente escolar, respeitar sua história, origens e saberes, e, não buscar equalizar os educandos para que todos tenham os mesmos comportamentos, desempenhos e interesses.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Vídeo-aula 12: Como vem sendo organizada a Educação Especial no país

As primeiras instituições específicas para atender alunos especiais, surgiram no Brasil no século XIX: Imperial Instituto dos Meninos Cegos (1854) e Imperial Instituto dos Meninos Surdos (1857), inicialmente seguiam o modelo Frances, com alunos de 7 a 14 anos e caráter profissionalizante. 
Os deficientes mentais sempre tiveram tratamentos relacionados a área médica e de higiene pessoal . Entre 1960 e 1980, sofrendo influências de modelos europeus e pressões ligadas a defesa dos direitos humanos, a  realidade da educação especial começa transformar-se no Brasil. Inicia-se um processo educativo promovido pela parceria entre profissionais da saúde e da educação, mas ainda as escolas especiais passam a oferecer programas curriculares reduzidos, por julgarem incapazes os alunos com determinados tipos de deficiência.
A maioria da instituições especializadas, eram mantidas por associações não governamentais, e portanto, não davam aos alunos o direito à certificação, o que lhes impedia de continuarem os estudos regulares.
Somente no século XXI, inicia-se o processo de inclusão dos alunos especiais em salas de alunos da educação formal, através dos princípios da integração, que: 
-reconhecem a importância do convívio das crianças com NEE, com os demais alunos e vice-versa;   
-promovem ações políticas, culturais, sociais e pedagógicas voltadas para a educação especial e desta forma, o direito de todos estarem juntos sem discriminação.
Na prática, sabemos que nas salas de aula, os alunos com NEE recebem uma educação voltada a socialização, contando quase sempre com a ajuda de colegas para realizar as atividades, já que estas não são planejadas para alunos com "deficiência". Não bastassem as dificuldades já citadas, temos ainda o despreparo do profissional de educação especial e atendimento não adequado nos contra-turnos.
Fica o seguinte questionamento: os órgãos político-educacionais, tem cumprido as invejáveis leis, resoluções e tratados por direito legalmente constituídos? Os objetivos relacionados a educação especial, ou mesmo a educação formal estão sendo atingidos?

Vídeo-aula 11: Legislação como instrumento de inclusão

Vários documentos nacionais e internacionais já existem garantindo a educação para todos, inclusive para as crianças com NEE (Necessidades Educacionais Especiais), porém, nem sempre estes direitos são respeitados.
Destacam-se entre os documentos que promovem a inclusão escolar:
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1944), que garante a educação como direito de todos;
A Constituição Federal Brasileira de 1988, que incorpora os direitos educacionais estabelecidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos;
A Conferência da Tailândia (1990), garantindo igualdades étnico-raciais e respeito a diversidade cultural;
A Declaração de Salamanca - Espanha (1994), que institui princípios políticos e práticas em educação especial;
A Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira, em 1996, que baseada nas resoluções de Salamanca, assegura currículos, recursos educativos e métodos para atender alunos com NEE.
Estes documentos são frutos de diferentes contextos históricos, daí a importância de entender e conhecer seus conteúdos.
Até os dias de hoje, vários outros documentos foram elaborados e podem e devem ser consultados na página do MEC, sessão de Educação Especial. Estudar estes instrumentos que garantem a inclusão como direito legalmente constituído é fundamental para os profissionais da educação, para que possam compreender os embates causados pelo descumprimento da legislação, brigar pelos direitos dos professores que trabalham com crianças com NEE, buscar parcerias em diferentes estâncias e para que possam entender os avanços e retrocessos que ocorrem na educação especial no Brasil e no mundo.

Vídeo-aula 10: A relação entre professor e aluno

A vídeo aula traz alguns conceitos de Quintás (2005) e resolvi postar esta atividade em forma de poesia:


            título:    Ideias de Quintás

Experiências Bidirecionais
são mais que um aperto de mão.
Você é você, eu sou eu,
mas em total interação.
                                          
Há também o Encontro,
mais que mera aproximação,
é enriquecimento mútuo,
o reflexo: educação.

Estabelecer Âmbito ao conhecer,
relações criativas, de produção.
Ir do nível um pro dois,
pela  humanização.

E nos momentos de aprender:
Encontro, Âmbito, Experiências Reversíveis;
liberdade, afeto e crenças,
sentimentos são possíveis.

Vídeo-aula 9: Modelos de ensino: das concepções docentes às práticas pedagógicas

O professor muitas vezes se preocupa demasiadamente com suas práticas pedagógicas, sem pensar sobre os fundamentos desta prática; neste sentido a vídeo-aula, apresenta as três principais correntes que podem subsidiar, através de diretrizes, o processo educativo:
1 - Empirismo: a partir destes estudos, o ser humano é um ser passivo, moldado por estímulos externos, o professor é um agente sistematizador, um representante do saber e por isto, sua prática pedagógica é autoritária, sem relações com a realidade do aluno, seguindo linhas de pensamento da escola tradicional;
2 - Inatismo: defende que ao nascer, o indivíduo, já tem predisposição para aprender sobre determinados conteúdos, não sendo necessária uma ação educacional diretiva, pois o aluno auto direciona seus interesses. A prática pedagógica ocorre no sentido de facilitar a aprendizagem de dons já existentes, tidos com imutáveis;
3 - Construtivismo: por esta concepção o aprendiz é um ser inteligente, ativo e que desta forma, pode transformar a si e a realidade em que vive, através da construção progressiva de conhecimentos, adquiridos a partir de relações com o meio. O professor deve organizar o ensino em função do educando e atuar como problematizador e desestabilizador em situações de conflito. Desta maneira, a prática pedagógica deve ampliar oportunidades, respeitando o tempo de aprendizagem, a diversidade de conhecimentos e a heterogeneidade, além de apresentar projetos, resolução de problemas e práticas de pesquisa.
As fronteiras entre as três concepções parecem distantes, mas devemos estar atentos a nossa prática pedagógica a fim de assegurarmos um educação de melhor qualidade.

Vídeo-aula 8: Contradições na história e história da educação especial

Analisando as diversas fases e transformações educacionais, podemos perceber que a educação, mesmo a formal, historicamente foi excludente.
Alguns marcos merecem ser citados no que diz respeito a inclusão educacional no Brasil: em 1934, a educação passa a ser  gratuita e obrigatória, mas é a partir do final da Segunda Guerra Mundial, que a industrialização e a luta contra a eugenia, fortalecem a democratização do ensino a fim de atender o apelo mundial pelo respeito aos direitos humanos e a necessidade crescente de uma mão de obra especializada.
Na década de 50, inciam-se cursos para a formação de professores,cria-se a APAE e a ACD - instituições não governamentais; em 1973 é criado o CENESP - Centro Educacional de Necessidades Especiais, momento em que o Estado, assume pela primeira vez responsabilidades sobre a educação especial e a partir daí, com a resolução de Salamanca de 1994, da qual o Brasil é signatário, e em 1988 quando se inclui na Constituição Nacional, a educação como um direito de todos, inicia-se realmente o processo de inclusão que é muito questionado atualmente.
O estudo histórico da evolução educacional, nos permite reconhecer elementos do passado que estão materializados no presente e em nossas práticas, e, nos permite identificar pontos de encontro e confronto, para nos posicionarmos em relação a equidade educacional da atualidade.

Vídeo-aula 7: Necessidades especiais na escola - dialética inclusão/exclusão

Vários atores e instituições se entrelaçam quando o assunto é inclusão/exclusão escolar. Pais, professores, alunos e equipe de gestão nem sempre têm as mesmas ideias e sobre a educação inclusiva.
Diante de alguns relatos pode-se perceber que as escolas, em geral, não estão preparadas para receber as crianças com deficiência, pois os professores e equipe de gestão não têm formação acadêmica adequada e muitas vezes, mesmo quando a criança está matriculada e frequentando regularmente a escola, encontra-se excluída.
O trabalho do professor, na maioria das vezes, concentra-se mais na socialização do que em aprendizagens cognitivas, seja porque os educadores não têm conhecimento de como trabalhar adequadamente com cada deficiência ou dificuldade, seja por questões ligadas ao preconceito ou ao tratamento diferenciado dado a este público e que cria esteriótipos.
É importante que o professor observe o comportamento dos alunos em geral, a fim de verificar quais as reações das crianças normais e com deficiência diante dos desafios apresentados no cotidiano. É necessário entender que a deficiência é só uma parte da criança e não o todo, e que a criança com necessidades especiais pode e deve fazer atividades semelhantes aos demais alunos da escola.
Por outro lado, a equipe escolar não pode homogeneizar o tratamento das crianças especiais, pois corre o risco  de passar a vê-las como incapazes de avançar na escolaridade. É necessária a mudança de foco nas relações interpessoais entre professores e alunos deficientes, tornando este relacionamento mais afetivo e bi-direcional.
 Permanecer afirmando que o professor não está preparado, não tem formação, que está desmotivado por não conhecer as metodologias para se trabalhar com crianças especiais, impede o avanço da escolaridade das mesmas  ao passo em que o educador passa a desacreditar no potencial da criança, a coloca em segundo plano, como se não fosse seu, o dever de educá-la, impondo-lhe assim, uma inclusão perversa.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Vídeo-aula 6: O professor e a diversidade cultural na sala de aula

Para que o professor possa trabalhar a diversidade cultural, é importante que os conteúdos relacionados a este tema, sejam incluídos sistematicamente no currículo escolar, a fim de nortear o trabalho que será desenvolvido durante o ano.
O educador deve proporcionar ao aluno, o contato com os mais variados tipos de artes e culturas em diferentes épocas, relacionando-os a distintos contextos históricos e sociais, estabelecendo assim respeito as diversidades existentes entre as culturas.
Segundo Chalmers (2003), a escola deve apresentar conteúdos não pertencentes as culturas dominantes, dando ênfase a cooperação, ao respeito mútuo, a equidade social e ao pluralismo e diversidade cultural.
A Arte deve ser estudada ainda, a partir de culturas locais como lendas, festas populares, arquitetura, música e costumes, tornando o processo de aprendizagem destes conteúdos mais motivante, ao passo que trabalha com a identidade cultural, com a história e com a memória dos estudantes, permitindo aos mesmos se tornarem protagonistas no processo de produção artística.

Vídeo-aula 5: O papel do professor na mediação cultural

O principal papel do professor é tornar a arte mais acessível no cotidiano escolar, ressaltando a importância da mesma na sociedade e na vida do educando.
Conteúdos relacionados a arte brasileira e a realidade do aluno, podem ser estimulantes para a produção artística individual ou em grupo.
A questão cultural na escola está, em um primeiro momento relacionada a disciplina de Artes, mas pode ser correlacionada a outras disciplinas a medida em que as produções artísticas estejam ligadas a temas transversais (meio ambiente, cidadania, pluralidade cultural) relevantes para a transformação do meio em que vivem os estudantes.
A arte promove a auto estima porque permite ao aluno manifestar-se, expressar-se e compartilhar suas ideias e produções, seja por meio de materiais, apresentações ou virtualmente. Para que isto ocorra de forma satisfatória, o professor deve respeitar a subjetividade dos alunos, ao mesmo tempo em que cria oportunidades para que os mesmos, tenham acesso a arte de qualidade.
A partir da década de 80, a arte deixa de ser apresentada na escola, como mero conteúdo de cópia e observação, passando a ter um caráter ativo e prático que abre espaço para a expressão dos alunos na comunidade escolar.
O professor atual deve conhecer como os alunos interpretam a arte nas diferentes fases da escolaridade e fazer investimentos em sua formação profissional, buscando conhecimentos e participando de eventos e experimentações artísticas, para que possa trabalhar de forma a valorizar a arte dentro do contexto escolar.

Vídeo-aula 4: Ética e saúde na escola

São considerados alunos com necessidades especiais, aqueles que comparados a outros de sua idade, têm dificuldades significativamente maiores para aprender ou têm problemas físicos e sensoriais.
No Brasil, a educação inclusiva ganha força após o Tratado de Salamanca (1994), do qual o Brasil se torna signatário, reafirmando o compromisso de uma educação para todos, inclusive na Constituição Federal.
Em relação  a questão pedagógica, é importante que os professores conheçam os tipos de deficiência (definição e diagnóstico), para que possam trabalhar sem estigmatizar os alunos deficientes, tomando cuidado no uso das terminologias e nas ações do cotidiano.
Cabe aos educadores pensarem sobre como olhar para alunos especiais e qual o tipo de trabalho que deve ser desenvolvidos com os mesmos, de acordo com suas "deficiências". O ideal seria ter uma formação continuada mais eficiente, o que em minha opinião não ocorre.

Vídeo-aula 3: Ética e valores na ação educativa

Não se pode abordar questões da ética e valores sem se mencionar a exclusão e as lutas pela inclusão escolar. Para entender melhor esta questão é necessário revisar as revoluções educacionais:
1ª Revolução: ocorreu a 2.500 anos atrás e era altamente excludente, com um professor por aluno e destinada somente aos filhos dos faraós, nobres e reis;
2ª revolução: inicia-se no século XVIII com a intervenção da igreja, porém pouco se evoluiu em relação a inclusão, pois as classes eram formadas somente por um número reduzido de meninos homogênicos e de classes sociais dominantes, ainda assim, alunos hiperativos ou com dificuldades de aprendizagem era expulsos;
3ª revolução: começa a se desenvolver no início do século XX na Europa e no Brasil a partir de 1980 aproximadamente. Esta revolução muda o perfil da educação brasileira, no sentido que dá oportunidade para grande parcela da população estudar, incluindo diferentes, classes sociais, econômicas, culturais religiosas.
Com tantas pessoas na escola cabem a seguintes questões: será que a educação atual é realmente inclusiva? Até que ponto os professores estão preparados para  proporcionar uma educação inclusiva?
O professor deve ter uma relação de empatia com os alunos, corrigindo práticas intolerantes, demonstrando respeito e solidariedade nas ações cotidianas. Além disto, é necessário rever o conceito que o educador tem sobre incluir, o que este entende por deficiência e quais os tipos de deficiência que se tem no meio escolar em  que o mesmo trabalha.
O trabalho docente deve ser intencional, despido de preconceitos e pautado na busca constante de melhorar as relações interpessoais e afetivas, afim de despertar, não só nos alunos com deficiência, mas em toda a comunidade escolar valores positivos que permitam a real inclusão.

Vídeo-aula 2: A ação educativa ao longo da trajetória escolar

A vídeo aula procura esclarecer o que a escola representa para o aluno  e qual o papel do professor durante cada fase da aprendizagem. O professor deve trabalhar de acordo com o histórico escolar e de vida de cada educando.
Na educação infantil,  a criança vê a escola como um espaço lúdico, cabendo ao professor institucionalizar a escola, além de ampliar referências dos saberes, da linguagem e da formação;
No ensino fundamental (1ª e 2ª séries), o aspecto lúdico da lugar a algumas cobranças. O professor continua com a missão de institucionalizar o espaço escolar  apresentando regras, sem deixar de motivar o aluno, ajudá-lo nas adaptações, a desenvolver um auto conceito e novos critérios de convivência;
Ainda no ensino fundamental (3ª e 4ª séries), inicia-se o processo do auto conceito acadêmico, o aluno passa a se cobrar mais e comparar seu rendimento com de outros colegas. Nesta fase, é importante que o professor auxilie o aprendiz a organizar-se, trabalhar com suas dificuldades e ganhar certa autonomia.
Do 5º ao 9º ano, o aluno começa a aumentar suas relações no meio extra escolar e seus interesse se dividem com o lazer, jogos, paqueras, etc. A partir desta fase, incluindo o ensino médio, o aluno começa a perceber a importância da escola em sua vida, por outro lado passa por um momento de cobrança no desempenho, de conflitos, de formação da auto estima e da redefinição da identidade e de valores.
É importante neste momento que o professor seja sensível para apoiar, orientar e conscientizar o aluno sobre aspectos da vida social e de suas responsabilidades.
Não existe uma receita para a ação do professor, muitas vezes alunos do ensino médio precisam de auxílio na adaptação ou aprender regras que deveriam ter sido ensinadas em fases anteriores. É necessário que o educador seja flexível, tendo sensibilidade para acolher o educando de acordo com suas necessidades e sua trajetória escolar.

Vídeo-aula 1 : O papel do Professor: Instruir ou Educar

Para pensar na educação atual e no papel do professor, é necessário observarmos os alunos. O mercado e a sociedade, cobram que os estudantes sejam criativos, tenham autonomia, responsabilidade e competência. Por outro lado ameaças como o alcoolismo, a prostituição, a gravidez precoce, a intolerância e a marginalidade, rondam o meio infanto-juvenil.
Considerando estes fatores, fica claro que o trabalho do professor, não pode ter somente um cunho conteudista, mas implica em desenvolver, durante o processo educacional, o respeito a valeres ligados a vida social, a natureza, a cidadania e a ética.
 Não se trata de excluir os conteúdos, mas atrelá-los a realidade sócio, econômica e cultural em que o aprendiz está inserido, aliando assim, o pedagógico ao educacional e desta forma promover a aprendizagem, a formação da identidade, a socialização, a humanização e a libertação (ligada a criatividade e capacidade de resolver problemas).
Os projetos devem integrar escola e comunidade, mas é essencial que estejam previstos no projeto político pedagógico e formalmente pensados e eleitos pela comunidade escolar.
O professor deve estar comprometido com a proposta educacional e isto implica uma prática diária baseada, na ética, na valorização das relações interpessoais e no protagonismo do aluno.