quarta-feira, 4 de julho de 2012

Vídeo-aula 16: Trajetórias escolares de pessoas com deficiência e a Educação para Jovens e Adultos (EJA)

A vídeo-aula apresenta duas pesquisas que permitem uma reflexão sobre o por que cada vez mais jovens com deficiências procuram o EJA.
A primeira pesquisa TINÓS E AMORIM (2008) trata de um mapeamento de dez anos com alunos com NEE que frequentaram o EJA em uma cidade do interior paulista. A primeira barreira encontrada pelos estudiosos foi a dificuldade de encontrar dados referentes aos estudantes com qualquer tipo de deficiência. Ainda assim, conseguiu-se levantar os seguintes dados sobre estudantes com necessidades especiais que frequentaram o EJA entre 1998 e 2008:
- 43% eram portadores de deficiência mental ou déficit intelectual;
-18% eram portadores de deficiência auditiva ; índice bem maior que o do MEC, já que na cidade onde foi realizada a pesquisa, havia um trabalho específico para este tipo de deficiência.
-51% dos alunos chegaram ao EJA, após frequentarem escolas especiais;
-26% vinha de escolas públicas.
Aqui cabe uma questão: por que procurar o EJA, se as instituições as quais frequentavam deveriam estar aptas a alfabetizar e ensinar?
A segunda pesquisa TINÓS (2010), esta de ordem qualitativa, apresentou o quadro de uma aluna que levou 26 anos para conseguir a certificação devido as mudança de instituições de ensino (públicas e privadas) as quais frequentou, para receber a certificação equivalente a 4ª série do ensino fundamental.
 A constante mudança de escolas, deveu-se ao fato de a aluna (com distonia generalizada), necessitar do auxílio de familiares ou colegas, já que sua disfunção a impedia de comer ou ir ao banheiro sozinha, por exemplo, além de sentir-se excluída e discriminada e enfrentar várias dificuldades de adaptação.
Em 2008 a referida aluna conseguiu a certificação pelo EJA e tem planos de continuar estudando, apesar de todas as decepções e dificuldades que enfrenta até os dias de hoje.
Dos registros realizados de 2004 a 2007, somente 0,42% do alunos com NEE conseguiram a certificação neste período.
Temos que refletir sobre os sonho que todos temos e principalmente sobre os sonhos daqueles que já passaram por tantos processos de exclusão; já é hora de nós, profissionais da educação, acolhê-los e fazê-los visíveis, já que as políticas públicas não conseguem promover direitos legalmente constituídos.
Como fazer?

Nenhum comentário:

Postar um comentário