O fracasso escolar, pode ser percebido no dia-a-dia de nossas escolas, além de ser demonstrado em avaliações externas como o SARESP, SAEB e IDEB.
Algumas explicações reducionistas sobre a situação de não aprendizagem, culpam o aluno, suas condições sociais e a falta de estrutura familiar ou os professores e a escola. No entanto, a questão não é tão simples; vejamos algumas dimensões do não aprender, no que diz repeito as relações do aluno com o mundo e com a escola:
1- Relação aluno/mundo: existe uma oposição entre os valores sociais (capitalistas) e a aprendizagem; o mundo oferece vários atrativos, e a escola? É desafio resgatar o valor do conhecimento como bem necessário e prazeroso;
2- Relação mundo/escola: o que ensinamos e o que devemos ensinar? Muitas mudanças ocorreram na sociedade atual, mas a escola parou no tempo. Mesmo bem intencionada a escola não está em sintonia com o mundo e por isto, quase nada do que se ensina no ambiente escolar tem significado para os alunos; é necessário levar e o conhecimento para fora dos muros da escola e buscar para dentro da mesma o conhecimento existente na sociedade.
3- Relação aluno/escola: cabe nesta relação questionar como a escola ensina e se ensina por que o aluno não aprende? Na maioria dos casos, as metodologias utilizadas não alcançam os interesses, necessidades ou processos cognitivos dos alunos; as práticas mecânicas, a constante tensão da relação professor aluno (indisciplina, baixa aprendizagem, falta de respeito mútuo) e a desconsideração à diversidade cultural, certamente, também são fatores que favorecem o fracasso escolar.
No geral, no que diz respeito a não aprendizagem, o desafio maior para os profissionais de educação é manter a pluralidade do aluno, que lhe é inerente quando este chega no ambiente escolar, respeitar sua história, origens e saberes, e, não buscar equalizar os educandos para que todos tenham os mesmos comportamentos, desempenhos e interesses.
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