O TDAH é um distúrbio comportamental de ordem neurobiológica, de causa genéticas e ambientais, que aparece na infância e pode acompanhar o indivíduo por toda a vida; prevalece mais em meninos (cerca de 75% a 90% dos casos). Este transtorno é caracterizado por três sintomas principais: a desatenção, a hiperatividade e impulsividade, sintomas que trarão prejuízos à aprendizagem e às relações interpessoais.
As características do TDAH, irão influenciar diretamente no processo educacional, não só nas questões que envolvem o relacionamento, mas também no processo de formação de valores. Por isto, é importante citar as características sintomatológicas deste distúrbio que acomete de 5% a 13% das crianças em idade escolar:
1 - Desatenção: a criança apresenta dificuldades de concentração e atenção; parece ter dificuldades auditivas; não consegue seguir instruções, pois é atraído por estímulos alheios, o que muitas vezes o impede de realizar as tarefas que lhes são designadas; comete erros na execução de tarefas simples e perde coisas importantes, como celulares, agenda e livros, por exemplo;
2 - Hiperatividade: é o tipico comportamento do aluno que não para quieto um minuto, agita demais as mãos e os pés; corre pra lá e pra cá o tempo todo e conversa demais;
3 - Impulsividade: esta característica demonstra certa ansiedade por parte da criança, que tem dificuldades em aguardar a sua vez de fazer ou falar alguma coisa; interrompe ou se intromete em conversa alheias e tende a dar respostas, mesmo antes do final dos questionamentos. Muitas vezes são crianças inteligentes que têm a resposta para tudo, ou pensam que têm.
Existem três tipos de TDAH:
1 - predominantemente desatento: este distúrbio apresenta as características sintomatológicas da desatenção, mas inclui algumas peculiaridades como: acometer mais comumente crianças do sexo feminino, que apresentam um nível tão alto de isolamento, dificultando o desenvolvimento de trabalhos cooperativos e em grupo;
2 - predominantemente hiperativo: são crianças que normalmente são rejeitadas pelo grupo, e talvez, por este motivo, tendem a ser agressivas, inquietas e impulsivas.
3 - combinado: estes alunos tem comportamentos reprováveis socialmente, agem impulsivamente, não conseguem executar tarefas ou planos projetados e por estas razões têm grande prejuízos no desenvolvimento global.
As crianças com TDAH, apresentam um quadro clínico facilmente reconhecível, como a alteração nas habilidades linguísticas, dificuldades no reconhecimento de símbolos, pouca coordenação motora, não se concentrar ou ficar parada por muito tempo e por isto, raramente tem o mesmo ritmo de seus colegas na execução de tarefas.
O TDAH é um distúrbio multifatorial que deve ser diagnosticado por um ou mais profissionais da área médica, e cujo tratamento deverá ser realizado com a utilização de medicamentos e psicoterapia, porém a escola, em especial o professor, deve alertar a família quando observar características deste tipo de transtorno no aluno, pois as consequências podem ser graves; o aluno pode apresentar baixo aproveitamento escolar, perda da autoestima, dificuldades de relacionamento, abuso de álcool e drogas e até uma pré-disposição para a depressão.
O papel da escola é essencial, não só no que diz respeito a percepção ou identificação destes problemas, mas principalmente, no apoio ao aluno e a família; conversar com os pais, colegas de classe e outros professores é de fundamental importância para se desenvolver ações coletivas que possam melhorar a autoestima da criança. A utilização de um cronograma de atividades, desde que tenha acompanhamento de pais e professores, pode ajudar a criança a organizar-se melhor e é claro carinho, paciência, reconhecimento e elogios, só irão ajudar no tratamento.
Muito elucidativo seu texto, parabéns!
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