É inegável a inter-relação entre cultura, currículo e transformações sociais. Desta forma um dos aspectos relacionados as modificações do currículo, estão ligados às transformações socioculturais, decorrentes principalmente da globalização, que permite alcance imediato de informações e incorporação, ou não, de influências e culturas externas com as quais temos contato cotidianamente.
Outras características sociais que influenciam a formação cultural e transformações no currículo escolar são:
- Contexto democrático: que permite, por exemplo a inclusão de crianças deficientes na escola;
- Sociedade multiracial: que compõem o corpo discente, formado por crianças de diferentes raças, etnias, credos ou condição sócio-econômica;
- Função social: que se refere a possibilidade de ascenção na esfera pública.
Entende-se então, por currículo toda atividade ou experiência proposta pela escola ou a partir dela. Todo currículo é uma pratica social e sendo assim, deixa marcas na vida do aluno, segundo Silva, "forja a personalidade do mesmo".
Durante as últimas décadas foram estudadas por pesquisadores, diferentes teorias do currículo:
- Teorias tradicionais: não levantam a questão do valor do conhecimento, mas apresentam conteúdos relevantes a determinados grupos minoritários, tentando massificá-los.
- Teorias críticas: como o nome sugere, criticam a teoria anterior, questionando a validade dos conteúdos e
a que ou a quem estes interessavam ( somente a manutenção das classes sociais).
- Teorias pós-críticas: descarta a possibilidade da seleção de conteúdos relacionados ao favorecimento de determinadas classes e ressalta a importância das questões de gênero, realidade social, etnia e faixa etária dos educandos quando se pensa na proposta curricular.
No século XX, o conceito de cultura passa a conter um cunho antropológico (sistêmico, interpretativo), estabelecendo um campo de lutas culturais para a validação dos significados, que segundo Hall se expressa por meio de alguns aspectos como a incorporação (aceitação de valores e ideias), distorção (distorções da realidade de acordo com interesse de determinados grupos), resistência (resistência ou não a novas informações e visões de mundo) ou negociação (pela adaptação ou enquadramento de determinadas culturas).
Fica claro assim, que o currículo sofre influências externas ligadas a cultura e ao desenvolvimento social, por vezes, até por necessidade de se enquadrar a valores e a realidade social, que fazem parte do cotidiano do aluno.
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