sexta-feira, 6 de julho de 2012

Vídeo-aula 28: O professor não pode estar só

A Constituição Federal Brasileira de 1988, garante a todos o direito a educação, mas na realidade sabemos que isto não acontece com as crianças com NEE.
Para mudar esta realidade não é possível admitir que um professor trabalhe sozinho com salas numerosas, compostas de alunos com as mais diversas características, esperando-se que todos tenham o mesmo desenvolvimento. Esta situação tem gerado frustração tanto para alunos, que se sentem incapazes de aprender, quanto para professores, que se sentem incapazes de ensinar, ou não acreditam nos potenciais dos alunos.
A persistente dificuldade dos alunos e de professores, deve ser tema de debate nos horários de trabalho pedagógico, a fim de buscar soluções extra-escolares, formando uma equipe interdisciplinar, constituída pela família, profissionais da saúde, assistência social e a própria EQUIPE escolar.
O trabalho interdisciplinar sugere que escola e outros agentes envolvidos no processo de inclusão, trabalhem  de forma congruente, buscando novas formas de estimular alunos com NEE, planejando juntos possíveis intervenções, auxiliando a compreender tanto aluno, quanto professor, mas invariavelmente, esta equipe não pode trabalhar de forma fragmentada.
Por outro lado, o professor, pode também ter atitudes que evitem o isolamento do seu trabalho: cobrar da equipe de gestão; estar aberto a aprender e incorporar novas ideias e práticas pedagógicas; refletir sobre suas expectativas e perspectivas; buscar uma relação mais empática com os alunos e encorajar a família, dando ênfase às qualidades da criança especial, não apontando somente as dificuldades.
Acreditar no próprio trabalho e na evolução cognitiva, afetiva e sócio-cultural da criança, são condições essenciais para o desenvolvimento de um boa prática pedagógica, não só com alunos especiais, mas também com os discentes do ensino regular. 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Vídeo-aula 27: O professor não pode estar só

A complexidade de todos os protagonistas que estão envolvidos no processo de inclusão de crianças com NEE, está ligada especialmente a três grandes instituições:
1ª - A família que tem algumas dúvidas e preocupações:
- se seus filhos serão bem acolhidos e aceitos no ambiente escolar no sentido afetivo e no aspecto das relações interpessoais;
- que não acredita na capacidade dos profissionais e na aceitação de outras famílias;
-se a criança irá adquirir conhecimentos e autonomia;
2ª- A escola: como deve ser a ação de professores, funcionários e equipe de gestão?
-Deve haver uma socialização das ideias, através de reflexões, planejamentos, avaliações e replanejamento; -o espaço físico as tecnologias, devem atender às necessidades especiais (isto quase nunca ocorre);
-sustentação teórica para responder a dúvidas e perguntas;
-criação de programas de capacitação de professores;
- estabelecer parcerias com outras entidades profissionais e instituições;
3ª -Instituições que prestam serviços de saúde: são de vital importância porque têm autonomia e qualificação para diagnosticar de forma precisa as deficiências, sendo estes diagnósticos essenciais para o trabalho do professor que pode, inclusive, desenvolver conjuntamente com os profissionais da saúde, programas e atividades para as crianças com NEE.
Obviamente que além das instituições, outros agentes influenciam de forma decisiva a inclusão escolar:
- o professor: que deve buscar formação adequada, mas que, essencialmente, precisa acreditar no real desenvolvimento da criança, sem desenvolver somente atividades de socialização e sem estigmatizá-la.
- a criança com necessidades especiais: saber ouvir esta criança, quem é ela? quais suas necessidades e habilidades, dentro do contexto em que está inserida?
-as outras crianças e seus familiares: quais são os medos e inseguranças que estes tem em relação a inclusão? Quais são os preconceitos ; existem muitas famílias que são favoráveis a diversidade.
Enfim são inúmeras as perguntas e poucas as respostas, estas só podem ser obtidas, através do envolvimento e de um árduo trabalho de todos os envolvidos no processo de inclusão, respeitando-se as características de cada comunidade em questão.

Vídeo-aula 26: O professor autor

Na vídeo aula anterior, postei um conto de minha autoria. Inicialmente fiquei inseguro, pois não sabia se estava dentro da proposta do curso, mesmo assim arrisquei, corri o risco de desobedecer. Conforme fui escrevendo o texto, fui me empolgando, deixei minhas ideias fluírem e depois de algumas frases, percebi que eu estava em total sintonia com as palavras e com o contexto da vídeo-aula.
Empolguei-me muito por estar abordando e contando (por que escrevi um conto) o conteúdo em questão, mas ao mesmo tempo elaborando-o, refletindo sobre o mesmo, reconstruindo-o e com minha ideias, com liberdade e com autonomia.
Acredito que esta vídeo-aula (26), solicita que o professor tenha a postura que tive ao postar o vídeo 25, quando este estiver dentro da sala de aula.
Desculpe-me se fui pouco modesto, esta não era minha intenção, mas se o fiz, a responsabilidade foi do professor Gabriel Perissé, que tanto me estimulou a ler, ouvir, refletir, escrever e também contrariar uma frase que emana submissão: "Manda quem pode, obedece quem tem juízo".

Vídeo-aula 25: O professor pensador

Para apresentar minhas ideias sobre esta vídeo-aula, resolvi escrever um pequeno conto que retrata de forma metafórica: o Livro - que alimenta o pensamento; uma aluna - entusiasmada com a ação de sua professora, mas que também compartilha de sua sabedoria com a mesma; uma professora pensadora - curiosa e que sempre acredita e uma professora não pensadora - que quase morre no final.
                                           O Jardim do Pensamento

 Seu  Capadura, era chamado assim por que tinha muito boas ideias dentro de si, mas por fora parecia-se com a capa daqueles livros velhos, rústicos, destes que ninguém mais dá valor. Por dentro era muito sensível, amava as flores e qualquer tipo de planta, por isto, tinha muito cuidado com seu jardim, que por sinal, era o mais bonito da vizinhança, todavia, havia uma minúscula clareira, o que em nada lhe agradava. Ele gostava de flor e árvores por toda parte, quando alguma plantinha morria, logo era substituída por outra e foi o que ele fez no pequeno espaço que havia no seu jardim.
Chegando na floricultura pediu uma árvore que crescesse rápido e duas plantas trepadeiras. 
Voltando para o sítio, a primeira coisa que fez foi ir até o jardim, fez uma cova para o sansão do campo,      árvore espinhosa, mas que em poucos meses serviria para cobrir o incômodo espaço; em cada lado da árvore plantou uma trepadeira. Alguns dias depois foi conferir e as plantas estavam bonitas, tinham cravado raízes.
- Já posso dar nome as minhas plantinhas- disse satisfeito; -a árvore vai se chamar furadedo porque é muito espinhosa, a planta da direita vai se chamar atreVIDA e a da esquerda reclamona. 
- Nossa! por que ele deu esse nome pra mim? eu não merecia - indagou a plantinha da esquerda.
- Não liga não, olha quantas flores bonitas tem ao nosso redor e o dia tá lindo -disse a atreVIDA.
- Magoei...  disse a reclamona e pôs-se a dormir, perdendo toda a energia daquele dia ensolarado.
- Eu não posso nem reclamar, minha pele é ruim mesmo, ó quantas espinhas que tenho - disse a sansão do campo, gargalhando.
Alguns dias se passaram e a atreVIDA já estava inquieta:- Ei, ei, sua preguiçosa, acorda, vamos subir um pouquinho na grandona aqui do nosso lado, vamos vai?
- Eu não, sei lá o que tem lá em cima, e outra, tá cheio de espinhos nessa feia aí - respondeu a reclamona.
- Feia não, só estou em fase de crescimento -disse a furadedo.
- Tá bom eu vou sozinha, então; posso né furadedo?
Logo nos primeiros centímetros que subiu, atreVIDA  furou uma folhinha no espinho da furadedo, mas não desistiu, continuou subindo.
- Vem aqui vai reclamona, a vista é ainda mais bonita daqui de cima.
- Já disse que não, que não gosto.
- Como não gosta, você nem tentou, vem, anda logo. 
- Atrevida - repreendeu furadedo: - deixa ela, senão você vai se distrair e se furar de novo.
- Nem ligo- retrucou a atreVIDA: - um furinho aqui, outro ali, "eu não desisto assim tão fácil mau amor" como diria o Fábio Junior, aquele gato.
- Ah, não me perturba, já disse que não quero. Dá um tempo- disse a trepadeira "da esquerda".
Passaram-se alguns meses e constantemente a atreVIDA convidava  a reclamona para fazer coisas novas e explorar novos horizontes, mas ela nunca topava. Já o furadedo, que sempre escutava os conselhos de sua animada amiguinha, já estava se tornando uma frondosa árvore. 
Enquanto a atreVIDA, já tinha subido mais que um metro e sem furar mais nenhuma folhinha, já que ela havia aprendido a se desviar dos espinhos da furadedo, que a essa altura já eram enormes, a reclamona continuava no chão, com medo de ser feliz.
Estranho a reclamona ser tão desanimada, por que o seu Capadura tratava todo mundo igual: dava água, adubo, conversava e até contava história. 
Alguns meses se passaram e a atreVIDA  não deixava de tentar animar sua amiga, que ainda estava a poucos centímetros do chão:
- Olha quantas estrelas lindas, vem ver. Ó, ó uma estrela cadente, sobe rápido.
- Que estrela? Só tô vendo um monte de folhas e...espera, peraí, vi uma estrelinha- disse quase animada (mas não queria dar o braço a torcer): - que luzinha sem graça.
Já haviam se passado oito meses, o furadedo já estava com quase 5 metros de altura e a atrevida, já não tinha mais voz para estimular sua amiga, dos quase 3,5 metros que alcançara. Nessas alturas e nesta altura ela precisava de muito mais água e adubo que a reclamona. Naquela noite,   a t r e v i d a     não encontrava mais forças para dizer a companheira o quanto era importante e bonito subir, parecia estar des  pe  da  ça  da... desistiu.
No dia seguinte, logo pela manhã ao visitar o jardim, seu Capadura percebeu como a trepadeira da direita estava grande, mas parecia fraca e desanimada, então, ele a regou com muita água, colocou muito adubo em suas raízes e até conversou com ela:
- Vamos atrevidA, você pode atreviDA, você consegue atreVIDA.  Então, foi para o lado da reclamona, que parecia já estar morta: 
- você também reclamoma acorda, vai ficar só olhando e deixar sua amiga crescer sozinha.
O pouco de água e adubo que, o velho e bom amigo, colocou nos pés de reclamona, foram suficientes para fazer uma pequenina flor brotar.
AtreVIDA, que já estava totalmente recuperada, olhou para baixo e sorriu...naquele momento ela desistiu de desistir de ajudar reclamonA, no momento em que sua amiga teria lhe dado o primeiro sorriso, não seria justo abandoná-la.
Cunha SP - 05/07/2012
  

Vídeo-aula 24: Modelos de ensino: das concepções docentes as práticas pedagógicas

Muitos são os desafios da inclusão diante do contexto educacional, que passa por inúmeras transformações: mudanças na legislação, nas relações sócio culturais, na demanda do mercado e nas funções da escola. Diante disto, as concepções docentes também precisam ser modificadas.
O conhecimento específico das disciplinas, a função disciplinadora, a prática pedagógica restrita ao ensino, passam a dar lugar a outros valores como a introdução de novas metodologias e didáticas, a preocupação com o desenvolvimento dos alunos, o trabalho em grupo,  a ampliação das atribuições da escola (anteriormente limitada ao ensino da leitura e escrita), o trabalho conjunto de vários atores que fazem parte da vida do educando (pais, outras famílias, colegas de classe, equipe escolar, profissionais da área da saúde).
Conjuntamente, todos os envolvidos no processo educacional de crianças especiais, devem buscar recursos e soluções para auxiliar o desenvolvimento pleno destes discentes, seja para fazer um diagnóstico, para criar estratégias de aprendizagens, auxiliar no replanejamento, estimular a criança, seja para lutar por melhores condições de trabalho. Porém, deve-se ressaltar, que o professor tem a grande oportunidades de ser o elo entre os vários agentes e o mediador deste processo.

Vídeo-aula 23: A educação de pessoas especiais é de fato ineficaz?

Educar crianças com NEE é uma questão muito complexa, quando o trabalho pedagógico esta atrelado a velhos paradigmas, que pressupõem que todas as crianças se desenvolvem igualmente, durante o mesmo tempo, de forma regular e linear. Assim, os alunos deficitários e com mais dificuldades,  passam a ser vistos como deficientes, o que implica em uma ruptura com os princípios básicos da educação e que levam a um processo de aprendizagem comprometido, desestabilizam as relações professor/aluno, dificultando o aprendizagem e levando o professor ao descrédito da possibilidade do aluno aprender.
Essa complexidade em relação as NEE, são minimizadas por recursos técnicos e profissionais, quando se trata de deficiência sensorial ou física, é o caso dos deficientes visuais que contam com o Braile e recursos de amplificação visual ou de deficientes físicos que podem utilizar recursos para se locomover e cadeiras e computadores adaptados à sua deficiência (aqueles tem recursos).
Cabe aqui a seguinte questão: e os alunos com deficiência mental ou intelectual?
A socialização é um dos grandes méritos do processo de inclusão e é de fato importante, mas não é o único componente deste processo. A aprendizagem inclusiva deve englobar aspectos cognitivos, afetivos e sócio-culturais, todavia, será que a criança com NEE é capaz de de se desenvolver nestes campos? Se sim ou se não, só é possível saber quando se oportuniza e se dá chances a estas crianças.
Um conceito importante para estimular o professor no trabalho com crianças especiais e o da plasticidade cerebral, que é uma propriedade do sistema nervoso que permite adaptações estruturais e funcionais, diante de situações adversas do funcionamento cerebral. Um exemplo, é uma pessoa que tem deficiência visual,  a plasticidade cerebral irá aprimorar seu sistema auditivo, criando mecanismo para "substituir" a visão.
A idade, o local da deficiência e o tempo que esta existe são essenciais no processo de reestruturação cerebral, por isto, quanto mais cedo a criança  for introduzida na escola regular, mais fácil e eficiente será sua adaptação.
A tarefa do professor e da família é buscar um diagnóstico correto sobre a deficiência, não para estigmatizar  o aluno, mas, para que se possa elaborar atividades que desenvolvam as habilidades, potencialidades e qualidades já existentes na criança e detectar os pontos frágeis que precisam pacientemente ser trabalhados.
Lutar contra a descrença e investir na educação de crianças com necessidades especiais, pode torná-la eficaz.

Vídeo-aula 22: O professor leitor

Todos elogiam e acham bonito ler, dizem que é imprescindível; mas o que significa o ato de ler?
Ler é uma aprendizagem a distância, uma forma de conhecer diversos lugares e realidades, de viver personagens e sentimentos sem sair do lugar; você está só, lendo um livro, mas tudo que está distante se aproxima.
Existe outro tipo de leitura, que é mais que interpretar símbolos grafados, é ter capacidade de interpretar o mundo a sua volta, fazer leituras das paisagens dos comportamentos e expressões das pessoas , por isto, é tão importante ser um professor leitor, para fazer a leitura do alunos, das suas inseguranças, das suas necessidades e de sua realidade sócio-cultural.
Com a leitura formal o professor consegue se livrar de seus preconceitos e de suas limitações, inclusive da falta de estímulos. Infelizmente, segundo uma pesquisa de MARTINS (2005), "há poucas referências de professores que demonstrem uma ligação especial com os livros e com a leitura" e se o professor não é um leitor, como pode ser um bom mediador da leitura nas salas de aula; para  fazer com que os alunos leiam, só lhe resta uma alternativa: obrigá-los a ler, como uma necessidade burocrática, um requisito para a aprovação, o que acaba por afastar cada vez mais os jovens da leitura. Alguns dados, confirmam este fato: em 2000, lia-se 2 livros, por ano, atualmente lê-se 4,7; existe uma biblioteca para cada 33.000 habitantes e 70% das escolas não possuem biblioteca, é muito pouco.
A leitura, pode ainda, auxiliar o professor em seu repertório, seu vocabulário; aumenta suas possibilidades de discurso e argumentação, tornando-o uma pessoa mais interessante, enfim, a leitura da sentido a vida, motiva e auxilia no enfrentamento da difícil realidade que vivem hoje os profissionais da educação.



Vídeo-aula 21: A complexidade da profissão docente

Até o final da década de 70, o aluno era responsabilizado pelo fracasso escolar; a partir dos anos 80 com o avanço de estudos psicogenéticos, com novas concepções sobre a estrutura escolar e com os estudos Piagetianos, a culpa pelo fracasso escolar, recai sobre o professor.
Recentemente, estudos vem comprovando a complexidade da constituição do professor  a partir de fatores extrínsecos, intrínsecos, profissionais e de profissionalidade. Desta forma temos que pensar um professor que tem uma visão de mundo atrelada a cultura profissional.
Os saberes do professor, podem ser de caráter formal (pedagogia + conteúdos) ou estarem ligados a concepção que este profissional tem a respeito de sua profissão (saberes vividos). Sendo assim, devem ser observadas no dia-a-dia do professor, condições de trabalho objetivas, referentes a quantos alunos existem em cada classe, a carga horária e local de trabalho, as condições físicas da escola, e/ou condições subjetivas ligadas aos sentimentos e motivação do docente, a seus medos e inseguranças, a sua satisfação ou insatisfação.
A partir da concepção de como se constitui o professor, pode-se estabelecer algumas perspectivas do trabalho docente: conhecer (disponibilidade para renovar o trabalho), viver (tornar-se sujeito do conhecimento), refletir (definir e criar caminhos alternativos) e lutar( pela valorização da classe e pelo trabalho coletivo);
O grande desafio é fazer com que produções teóricas de qualidade cheguem ao professor e que este as coloque em prática em um cotidiano em que falta autonomia, motivação(financeira e emocional) e tempo
(para o lazer e para a vida pessoal).
A prática do professor pode seguir dois caminhos: o das possibilidades, em que o professor busca novas saídas e luta para mudar a realidade, e, o dos limites, em que o professor não tem mais esperanças em transformar e já não consegue mais lutar contra o sistema.


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Vídeo-aula 20: A complexidade no estudo dos processos de desenvolvimento humano

Quando pensamos em desenvolvimento, não podemos olhar a criança como um ser que apreende por si só, de forma linear e autônoma. É necessário pensar em seu desenvolvimento com um todo biológico, psicológico e sociológico. Sendo assim, não podemos deixar de destacar o papel das instituições de que esta faz parte, como a família, a escola, a igreja, além dos grupos sociais a que pertence, na sua formação, desenvolvimento e aprendizagem. Desta forma, é de suma importância que o professor conheça a origem e o histórico de seus alunos. 
Um caso conhecido de como o meio é importante no desenvolvimento do ser humano é o das meninas lobas, que na maior parte da infância conviveram com um matilha de lobos e por isso se comportavam como estes animais, mas, que ao passarem a conviver em sociedade, mudaram a forma de se comunicar, alimentar, locomover e interagir.
No caso da aprendizagem, o professor deve refletir sobre o contexto em que esta ocorre, a forma como se relaciona com os alunos, como introduzir a criança no meio escolar, dando-lhe autonomia, mas ao mesmo tempo intercedendo a seu favor durante durante as dificuldades.
O contato com os profissionais da educação podem ser positivos ou negativos, ou seja, as relações entre professores e alunos, podem delimitar, ou, ampliar e impulsionar interações e aquisições. Por isto, deve-se sempre estimular os alunos, ao invés de prever-se o final de um seu comportamento; nunca se pode dizer que o aluno não vai aprender, se ainda não lhe foi dada esta chance. O professor deve refletir se o seu papel está sendo de abrir ou de fechar portas para o desenvolvimento do educando.

Vídeo-aula 19: O todo pela parte

A vídeo-aula é baseada em estudos de GOFFMAN e trata da exclusão causada pela não aceitação plena do indivíduo, dada a características que este apresenta e que estão fora dos padrões considerados socialmente "normais".
Muitas vezes as pessoas encondem suas características por medo de serem estigmatizadas e acabam tornando-se infelizes, e isto, não ocorre somente na esfera da educação especial, é o caso dos homens homossexuais, por exemplo, que muitas vezes se casam com mulheres ou vão para seminários, para esconder suas reais convicções sobre a sexualidade.
A pessoa estigmatizada pode ser classificada em duas condições: desacreditado (quando a característica distintiva é evidente, caso dos cadeirantes) ou desacreditável (quando sua "diferença" não é perceptível em um primeiro momento, caso de pessoas com epilepsia).
O indivíduo desacreditável, corre menos risco de sofrer preconceitos em um primeiro momento, já que sua "deficiência" não é imediatamente percebida e as pessoas com quem este  inicia um convívio, terão oportunidades de conhecê-lo em suas qualidades e virtudes antes de criar um pré-conceito, o que já não se pode dizer no caso de um aluno desacreditado em que na maioria das vezes são estigmatizados por um todo deficiente, antes de ser conhecido em sua essência e características positivas.
Cabe aqui um ditado popular: "a primeira impressão é a que fica", porém, o professor não pode se deixar levar por esta máxima, ou estará correndo o risco de impedir que o aluno especial tenha reais chances de aprendizagem por classificá-lo como incapaz de aprender ou ter boas relações no meio escolar e social.
Muitos pais acreditam que colocar o filho com NEE em escolas especializadas é a melhor forma de protegê-lo dos preconceitos e ao mesmo tempo favorecer sua aprendizagem; porém, estudos comprovam que a criança especial precisa conviver com crianças ditas "normais", para aprender desde de cedo a defender-se contra possíveis estigmas e interagir com o mundo real que não é formado somente por crianças deficientes.
Como finalizou a excelente palestrante, precisamos quebrar nossas certezas, principalmente a certeza de que alunos especiais não são capazes de aprender ou interagir com o meio e com as pessoas.

Vídeo-aula 18: A escola e as instituições culturais

Visitar instituições culturais como museus feiras , entre outras, é muito interessante pedagogicamente, pois os professores podem relacionar conteúdos escolares a estes "passeios" culturais.
Parcerias com instituições culturais podem ser feitas tanto no Brasil como no exterior, já que a visita não precisa ser necessariamente presencial, podendo ser virtual. Este tipo de atividade pode ser muito enriquecedor, pois permitem ao aluno contato com diversos assuntos de diversas disciplinas, por exemplo:
Um passeio pelo Parque Estadual da Serra do Mar na cidade de Cunha -S.P.- questões como a cobertura  de Mata Atlântica na região e no país; em que circunstâncias começou-se o desmatamento (na década de 60, a partir do processo de industrialização e urbanização); estudos sobre a topografia da região; questões sobre a Revolução Constitucionalista de 1932, da qual, Cunha foi palco de batalhas; a questão da preservação da fauna e da flora; as razões pelas quais o IBHAMA, não permite a construção da estrada Cunha-Paraty (envolve questões políticas e ambientais);  as alterações fisiológicas que ocorrem após caminhada pelo parque e banho nas águas geladas das cachoeiras; qualidade e composição química da água das nascentes do parque, quando comparadas com a água que abastece a cidade; que tipos de artesanato podem ser confeccionados de forma sustentável com a vegetação da mata (taboa, por exemplo), ou que paisagens podem ser pintadas ou reproduzidas através de um concurso de fotos.
O interessante é que estas visitas se convertam em conhecimentos ou até exposições organizadas por professores e alunos, com fotos, textos, pesquisas, produções artísticas dos alunos, em que estes sejam orientadores para os visitantes.
O professor deve favorecer a associação destas aprendizagens, ao cotidiano e a realidade do aluno, a fim de que este possa refletir, intervir e transformar a mesma quando necessário.

Vídeo-aula 17: O professor e a cidade educadora

O professor deve se aproveitar das paisagens, feiras, museus, parques e arquitetura de sua cidade, como fonte de conteúdo, já que estes espaços permitem buscar informações de caráter educacional, expandindo o universo cultural dos estudantes. Este trabalho pode ser feito também de forma virtual.
O professor deve preparar os alunos para as visitas, com aulas sobre os conteúdos e questionamentos sobre o que o aluno já sabe sobre o objeto de estudo; permitir interações com os espaços e com seus colegas; retomar o conteúdo proposto através da proposição de tarefas e reflexões; relacionar o passado com o presente político, histórico, arquitetônico, natural, geográfico e com outros temas relevantes para a educação.
O planejamento é fundamental : as ações a serem desenvolvidas, o local onde se vai visitar, se o tema aborda assuntos de interesse dos alunos e propicia a interdisciplinaridade; estabelecer juntamente com os alunos locais com importância artística, histórica, ambiental, arquitetônica.
Levar o aluno a aprender fora do espaço escolar, além de tornar a atividade mais motivante, pode tornar o conhecimento, principalmente sobre a comunidade em que se vive, mais acessível.

Vídeo-aula 16: Trajetórias escolares de pessoas com deficiência e a Educação para Jovens e Adultos (EJA)

A vídeo-aula apresenta duas pesquisas que permitem uma reflexão sobre o por que cada vez mais jovens com deficiências procuram o EJA.
A primeira pesquisa TINÓS E AMORIM (2008) trata de um mapeamento de dez anos com alunos com NEE que frequentaram o EJA em uma cidade do interior paulista. A primeira barreira encontrada pelos estudiosos foi a dificuldade de encontrar dados referentes aos estudantes com qualquer tipo de deficiência. Ainda assim, conseguiu-se levantar os seguintes dados sobre estudantes com necessidades especiais que frequentaram o EJA entre 1998 e 2008:
- 43% eram portadores de deficiência mental ou déficit intelectual;
-18% eram portadores de deficiência auditiva ; índice bem maior que o do MEC, já que na cidade onde foi realizada a pesquisa, havia um trabalho específico para este tipo de deficiência.
-51% dos alunos chegaram ao EJA, após frequentarem escolas especiais;
-26% vinha de escolas públicas.
Aqui cabe uma questão: por que procurar o EJA, se as instituições as quais frequentavam deveriam estar aptas a alfabetizar e ensinar?
A segunda pesquisa TINÓS (2010), esta de ordem qualitativa, apresentou o quadro de uma aluna que levou 26 anos para conseguir a certificação devido as mudança de instituições de ensino (públicas e privadas) as quais frequentou, para receber a certificação equivalente a 4ª série do ensino fundamental.
 A constante mudança de escolas, deveu-se ao fato de a aluna (com distonia generalizada), necessitar do auxílio de familiares ou colegas, já que sua disfunção a impedia de comer ou ir ao banheiro sozinha, por exemplo, além de sentir-se excluída e discriminada e enfrentar várias dificuldades de adaptação.
Em 2008 a referida aluna conseguiu a certificação pelo EJA e tem planos de continuar estudando, apesar de todas as decepções e dificuldades que enfrenta até os dias de hoje.
Dos registros realizados de 2004 a 2007, somente 0,42% do alunos com NEE conseguiram a certificação neste período.
Temos que refletir sobre os sonho que todos temos e principalmente sobre os sonhos daqueles que já passaram por tantos processos de exclusão; já é hora de nós, profissionais da educação, acolhê-los e fazê-los visíveis, já que as políticas públicas não conseguem promover direitos legalmente constituídos.
Como fazer?

Vídeo-aula 15: Como anda a educação especial no brasil

Dados do MEC, apontam para o crescimento do número de matrículas em escolas especiais;em 1998 foram cerca de 370.000 alunos matriculados, em 2008 este número atingiu cerca de 700.000 estudantes.
Existe também um aumento de crianças com NEE, matriculadas no ensino regular, mas a grande preocupação é que estima-se que 2.850.600 crianças e jovens são portadores de algum tipo de deficiência e somente uma parte muito pequena desta população tem frequentado a escola ou institutos especializados.
Apesar do MEC, criar um decreto (nº3298/1998), que categoriza os tipos de deficiências, as escolas tem dificuldades em realizar estes diagnósticos, dificultando o subsídio estatal, a criação de políticas diretivas e o pior, criando esteriótipos para alguns alunos com Nee, já que os diagnósticos são feitos, normalmente pelo corpo docente, não especializado para este tipo de tarefa.
Outra preocupação é a questão de gênero, já que 60% dos alunos com deficiências que frequentam a rede são meninos; neste caso se comete uma dupla exclusão, primeiramente por ser a estudante "deficiente" e secundariamente por ser menina.
Alunos com dificuldades mais simples ou que têm problemas de indisciplina também estão sendo matriculados em salas especiais, o que dificulta ainda mais o levantamento real de dados.
A grande preocupação dos profissionais da educação é saber onde estão as crianças e jovens com NEE, já que o tempo de permanência, é em média somente de 4 anos nas instituições de ensino e somente 1,5% chega ao ensino médio, ou seja, muitos jovens não conseguem a certificação  de escolaridade.

Vídeo-aula 14: Processos de aprendizagem e implicações para a prática docente

Alguns mitos afirmam que a aprendizagem é consequência do ensino e que obedece etapas (como se fossem degraus) para se concretizar. Porém, de que maneira realmente se constrói o conhecimento em suas três dimensões: cognitivo, afetivo e funcional?
A aprendizagem, segundo Vygotsky, provém das relações do sujeito com o outro, dos processos de interação, mediação e linguagem, que se estabelece entre ambos.
Para Piaget, a aprendizagem se dá a partir das experiências vividas sob a forma de um processo complexo e multifacetado, que engloba uma rede de relações, de ideias e significados únicos para cada indivíduo.
O sujeito piagetiano é ativo, se transforma e muda de posição constantemente, levanta hipóteses a partir de seus conhecimento, testa-as, surpreende-se com resultados negativos, que causam novos desequilíbrios cognitivos e que o instigarão a continuar a busca pelo conhecimento.
Neste sentido, o docente, durante o processo de aprendizagem, deve propor problemas, desestabilizar concepções prévias, favorecer o debate, a reflexão, a criação, o registro, a sistematização do conhecimento e finalmente, propor novos problemas.

Vídeo-aula 13: A construção do fracasso: os mecanismos do não aprender e os desafios do professor

O fracasso escolar, pode ser percebido no dia-a-dia de nossas escolas, além de ser demonstrado em avaliações externas como o SARESP, SAEB e IDEB.
Algumas explicações reducionistas sobre a situação de não aprendizagem, culpam o aluno, suas condições sociais e a falta de estrutura familiar ou os professores e a escola. No entanto, a questão não é tão simples; vejamos algumas dimensões do não aprender, no que diz repeito as relações do aluno com o mundo e com a escola:
1- Relação aluno/mundo: existe uma oposição entre os valores sociais (capitalistas)  e a aprendizagem; o mundo oferece vários atrativos, e a escola? É desafio resgatar o valor do conhecimento como bem necessário e prazeroso;
2- Relação mundo/escola: o que ensinamos e o que devemos ensinar? Muitas mudanças ocorreram na sociedade atual, mas a escola parou no tempo. Mesmo bem intencionada a escola não está em sintonia com o mundo e por isto, quase nada do que se ensina no ambiente escolar tem significado para os alunos; é necessário levar e o conhecimento para fora dos muros da escola e buscar para dentro da mesma o conhecimento existente na sociedade.
3- Relação aluno/escola: cabe nesta relação questionar como a escola ensina e se ensina por que o aluno não aprende?  Na maioria dos casos, as metodologias utilizadas não alcançam os interesses, necessidades ou processos cognitivos dos alunos; as práticas mecânicas, a constante tensão da relação professor aluno (indisciplina, baixa aprendizagem, falta de respeito mútuo) e a desconsideração à diversidade cultural, certamente, também são fatores que favorecem o fracasso escolar.
No geral, no que diz respeito a não aprendizagem, o desafio maior para os profissionais de educação é manter a pluralidade do aluno, que lhe é inerente quando este chega no ambiente escolar, respeitar sua história, origens e saberes, e, não buscar equalizar os educandos para que todos tenham os mesmos comportamentos, desempenhos e interesses.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Vídeo-aula 12: Como vem sendo organizada a Educação Especial no país

As primeiras instituições específicas para atender alunos especiais, surgiram no Brasil no século XIX: Imperial Instituto dos Meninos Cegos (1854) e Imperial Instituto dos Meninos Surdos (1857), inicialmente seguiam o modelo Frances, com alunos de 7 a 14 anos e caráter profissionalizante. 
Os deficientes mentais sempre tiveram tratamentos relacionados a área médica e de higiene pessoal . Entre 1960 e 1980, sofrendo influências de modelos europeus e pressões ligadas a defesa dos direitos humanos, a  realidade da educação especial começa transformar-se no Brasil. Inicia-se um processo educativo promovido pela parceria entre profissionais da saúde e da educação, mas ainda as escolas especiais passam a oferecer programas curriculares reduzidos, por julgarem incapazes os alunos com determinados tipos de deficiência.
A maioria da instituições especializadas, eram mantidas por associações não governamentais, e portanto, não davam aos alunos o direito à certificação, o que lhes impedia de continuarem os estudos regulares.
Somente no século XXI, inicia-se o processo de inclusão dos alunos especiais em salas de alunos da educação formal, através dos princípios da integração, que: 
-reconhecem a importância do convívio das crianças com NEE, com os demais alunos e vice-versa;   
-promovem ações políticas, culturais, sociais e pedagógicas voltadas para a educação especial e desta forma, o direito de todos estarem juntos sem discriminação.
Na prática, sabemos que nas salas de aula, os alunos com NEE recebem uma educação voltada a socialização, contando quase sempre com a ajuda de colegas para realizar as atividades, já que estas não são planejadas para alunos com "deficiência". Não bastassem as dificuldades já citadas, temos ainda o despreparo do profissional de educação especial e atendimento não adequado nos contra-turnos.
Fica o seguinte questionamento: os órgãos político-educacionais, tem cumprido as invejáveis leis, resoluções e tratados por direito legalmente constituídos? Os objetivos relacionados a educação especial, ou mesmo a educação formal estão sendo atingidos?

Vídeo-aula 11: Legislação como instrumento de inclusão

Vários documentos nacionais e internacionais já existem garantindo a educação para todos, inclusive para as crianças com NEE (Necessidades Educacionais Especiais), porém, nem sempre estes direitos são respeitados.
Destacam-se entre os documentos que promovem a inclusão escolar:
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1944), que garante a educação como direito de todos;
A Constituição Federal Brasileira de 1988, que incorpora os direitos educacionais estabelecidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos;
A Conferência da Tailândia (1990), garantindo igualdades étnico-raciais e respeito a diversidade cultural;
A Declaração de Salamanca - Espanha (1994), que institui princípios políticos e práticas em educação especial;
A Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira, em 1996, que baseada nas resoluções de Salamanca, assegura currículos, recursos educativos e métodos para atender alunos com NEE.
Estes documentos são frutos de diferentes contextos históricos, daí a importância de entender e conhecer seus conteúdos.
Até os dias de hoje, vários outros documentos foram elaborados e podem e devem ser consultados na página do MEC, sessão de Educação Especial. Estudar estes instrumentos que garantem a inclusão como direito legalmente constituído é fundamental para os profissionais da educação, para que possam compreender os embates causados pelo descumprimento da legislação, brigar pelos direitos dos professores que trabalham com crianças com NEE, buscar parcerias em diferentes estâncias e para que possam entender os avanços e retrocessos que ocorrem na educação especial no Brasil e no mundo.

Vídeo-aula 10: A relação entre professor e aluno

A vídeo aula traz alguns conceitos de Quintás (2005) e resolvi postar esta atividade em forma de poesia:


            título:    Ideias de Quintás

Experiências Bidirecionais
são mais que um aperto de mão.
Você é você, eu sou eu,
mas em total interação.
                                          
Há também o Encontro,
mais que mera aproximação,
é enriquecimento mútuo,
o reflexo: educação.

Estabelecer Âmbito ao conhecer,
relações criativas, de produção.
Ir do nível um pro dois,
pela  humanização.

E nos momentos de aprender:
Encontro, Âmbito, Experiências Reversíveis;
liberdade, afeto e crenças,
sentimentos são possíveis.

Vídeo-aula 9: Modelos de ensino: das concepções docentes às práticas pedagógicas

O professor muitas vezes se preocupa demasiadamente com suas práticas pedagógicas, sem pensar sobre os fundamentos desta prática; neste sentido a vídeo-aula, apresenta as três principais correntes que podem subsidiar, através de diretrizes, o processo educativo:
1 - Empirismo: a partir destes estudos, o ser humano é um ser passivo, moldado por estímulos externos, o professor é um agente sistematizador, um representante do saber e por isto, sua prática pedagógica é autoritária, sem relações com a realidade do aluno, seguindo linhas de pensamento da escola tradicional;
2 - Inatismo: defende que ao nascer, o indivíduo, já tem predisposição para aprender sobre determinados conteúdos, não sendo necessária uma ação educacional diretiva, pois o aluno auto direciona seus interesses. A prática pedagógica ocorre no sentido de facilitar a aprendizagem de dons já existentes, tidos com imutáveis;
3 - Construtivismo: por esta concepção o aprendiz é um ser inteligente, ativo e que desta forma, pode transformar a si e a realidade em que vive, através da construção progressiva de conhecimentos, adquiridos a partir de relações com o meio. O professor deve organizar o ensino em função do educando e atuar como problematizador e desestabilizador em situações de conflito. Desta maneira, a prática pedagógica deve ampliar oportunidades, respeitando o tempo de aprendizagem, a diversidade de conhecimentos e a heterogeneidade, além de apresentar projetos, resolução de problemas e práticas de pesquisa.
As fronteiras entre as três concepções parecem distantes, mas devemos estar atentos a nossa prática pedagógica a fim de assegurarmos um educação de melhor qualidade.

Vídeo-aula 8: Contradições na história e história da educação especial

Analisando as diversas fases e transformações educacionais, podemos perceber que a educação, mesmo a formal, historicamente foi excludente.
Alguns marcos merecem ser citados no que diz respeito a inclusão educacional no Brasil: em 1934, a educação passa a ser  gratuita e obrigatória, mas é a partir do final da Segunda Guerra Mundial, que a industrialização e a luta contra a eugenia, fortalecem a democratização do ensino a fim de atender o apelo mundial pelo respeito aos direitos humanos e a necessidade crescente de uma mão de obra especializada.
Na década de 50, inciam-se cursos para a formação de professores,cria-se a APAE e a ACD - instituições não governamentais; em 1973 é criado o CENESP - Centro Educacional de Necessidades Especiais, momento em que o Estado, assume pela primeira vez responsabilidades sobre a educação especial e a partir daí, com a resolução de Salamanca de 1994, da qual o Brasil é signatário, e em 1988 quando se inclui na Constituição Nacional, a educação como um direito de todos, inicia-se realmente o processo de inclusão que é muito questionado atualmente.
O estudo histórico da evolução educacional, nos permite reconhecer elementos do passado que estão materializados no presente e em nossas práticas, e, nos permite identificar pontos de encontro e confronto, para nos posicionarmos em relação a equidade educacional da atualidade.

Vídeo-aula 7: Necessidades especiais na escola - dialética inclusão/exclusão

Vários atores e instituições se entrelaçam quando o assunto é inclusão/exclusão escolar. Pais, professores, alunos e equipe de gestão nem sempre têm as mesmas ideias e sobre a educação inclusiva.
Diante de alguns relatos pode-se perceber que as escolas, em geral, não estão preparadas para receber as crianças com deficiência, pois os professores e equipe de gestão não têm formação acadêmica adequada e muitas vezes, mesmo quando a criança está matriculada e frequentando regularmente a escola, encontra-se excluída.
O trabalho do professor, na maioria das vezes, concentra-se mais na socialização do que em aprendizagens cognitivas, seja porque os educadores não têm conhecimento de como trabalhar adequadamente com cada deficiência ou dificuldade, seja por questões ligadas ao preconceito ou ao tratamento diferenciado dado a este público e que cria esteriótipos.
É importante que o professor observe o comportamento dos alunos em geral, a fim de verificar quais as reações das crianças normais e com deficiência diante dos desafios apresentados no cotidiano. É necessário entender que a deficiência é só uma parte da criança e não o todo, e que a criança com necessidades especiais pode e deve fazer atividades semelhantes aos demais alunos da escola.
Por outro lado, a equipe escolar não pode homogeneizar o tratamento das crianças especiais, pois corre o risco  de passar a vê-las como incapazes de avançar na escolaridade. É necessária a mudança de foco nas relações interpessoais entre professores e alunos deficientes, tornando este relacionamento mais afetivo e bi-direcional.
 Permanecer afirmando que o professor não está preparado, não tem formação, que está desmotivado por não conhecer as metodologias para se trabalhar com crianças especiais, impede o avanço da escolaridade das mesmas  ao passo em que o educador passa a desacreditar no potencial da criança, a coloca em segundo plano, como se não fosse seu, o dever de educá-la, impondo-lhe assim, uma inclusão perversa.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Vídeo-aula 6: O professor e a diversidade cultural na sala de aula

Para que o professor possa trabalhar a diversidade cultural, é importante que os conteúdos relacionados a este tema, sejam incluídos sistematicamente no currículo escolar, a fim de nortear o trabalho que será desenvolvido durante o ano.
O educador deve proporcionar ao aluno, o contato com os mais variados tipos de artes e culturas em diferentes épocas, relacionando-os a distintos contextos históricos e sociais, estabelecendo assim respeito as diversidades existentes entre as culturas.
Segundo Chalmers (2003), a escola deve apresentar conteúdos não pertencentes as culturas dominantes, dando ênfase a cooperação, ao respeito mútuo, a equidade social e ao pluralismo e diversidade cultural.
A Arte deve ser estudada ainda, a partir de culturas locais como lendas, festas populares, arquitetura, música e costumes, tornando o processo de aprendizagem destes conteúdos mais motivante, ao passo que trabalha com a identidade cultural, com a história e com a memória dos estudantes, permitindo aos mesmos se tornarem protagonistas no processo de produção artística.

Vídeo-aula 5: O papel do professor na mediação cultural

O principal papel do professor é tornar a arte mais acessível no cotidiano escolar, ressaltando a importância da mesma na sociedade e na vida do educando.
Conteúdos relacionados a arte brasileira e a realidade do aluno, podem ser estimulantes para a produção artística individual ou em grupo.
A questão cultural na escola está, em um primeiro momento relacionada a disciplina de Artes, mas pode ser correlacionada a outras disciplinas a medida em que as produções artísticas estejam ligadas a temas transversais (meio ambiente, cidadania, pluralidade cultural) relevantes para a transformação do meio em que vivem os estudantes.
A arte promove a auto estima porque permite ao aluno manifestar-se, expressar-se e compartilhar suas ideias e produções, seja por meio de materiais, apresentações ou virtualmente. Para que isto ocorra de forma satisfatória, o professor deve respeitar a subjetividade dos alunos, ao mesmo tempo em que cria oportunidades para que os mesmos, tenham acesso a arte de qualidade.
A partir da década de 80, a arte deixa de ser apresentada na escola, como mero conteúdo de cópia e observação, passando a ter um caráter ativo e prático que abre espaço para a expressão dos alunos na comunidade escolar.
O professor atual deve conhecer como os alunos interpretam a arte nas diferentes fases da escolaridade e fazer investimentos em sua formação profissional, buscando conhecimentos e participando de eventos e experimentações artísticas, para que possa trabalhar de forma a valorizar a arte dentro do contexto escolar.

Vídeo-aula 4: Ética e saúde na escola

São considerados alunos com necessidades especiais, aqueles que comparados a outros de sua idade, têm dificuldades significativamente maiores para aprender ou têm problemas físicos e sensoriais.
No Brasil, a educação inclusiva ganha força após o Tratado de Salamanca (1994), do qual o Brasil se torna signatário, reafirmando o compromisso de uma educação para todos, inclusive na Constituição Federal.
Em relação  a questão pedagógica, é importante que os professores conheçam os tipos de deficiência (definição e diagnóstico), para que possam trabalhar sem estigmatizar os alunos deficientes, tomando cuidado no uso das terminologias e nas ações do cotidiano.
Cabe aos educadores pensarem sobre como olhar para alunos especiais e qual o tipo de trabalho que deve ser desenvolvidos com os mesmos, de acordo com suas "deficiências". O ideal seria ter uma formação continuada mais eficiente, o que em minha opinião não ocorre.

Vídeo-aula 3: Ética e valores na ação educativa

Não se pode abordar questões da ética e valores sem se mencionar a exclusão e as lutas pela inclusão escolar. Para entender melhor esta questão é necessário revisar as revoluções educacionais:
1ª Revolução: ocorreu a 2.500 anos atrás e era altamente excludente, com um professor por aluno e destinada somente aos filhos dos faraós, nobres e reis;
2ª revolução: inicia-se no século XVIII com a intervenção da igreja, porém pouco se evoluiu em relação a inclusão, pois as classes eram formadas somente por um número reduzido de meninos homogênicos e de classes sociais dominantes, ainda assim, alunos hiperativos ou com dificuldades de aprendizagem era expulsos;
3ª revolução: começa a se desenvolver no início do século XX na Europa e no Brasil a partir de 1980 aproximadamente. Esta revolução muda o perfil da educação brasileira, no sentido que dá oportunidade para grande parcela da população estudar, incluindo diferentes, classes sociais, econômicas, culturais religiosas.
Com tantas pessoas na escola cabem a seguintes questões: será que a educação atual é realmente inclusiva? Até que ponto os professores estão preparados para  proporcionar uma educação inclusiva?
O professor deve ter uma relação de empatia com os alunos, corrigindo práticas intolerantes, demonstrando respeito e solidariedade nas ações cotidianas. Além disto, é necessário rever o conceito que o educador tem sobre incluir, o que este entende por deficiência e quais os tipos de deficiência que se tem no meio escolar em  que o mesmo trabalha.
O trabalho docente deve ser intencional, despido de preconceitos e pautado na busca constante de melhorar as relações interpessoais e afetivas, afim de despertar, não só nos alunos com deficiência, mas em toda a comunidade escolar valores positivos que permitam a real inclusão.

Vídeo-aula 2: A ação educativa ao longo da trajetória escolar

A vídeo aula procura esclarecer o que a escola representa para o aluno  e qual o papel do professor durante cada fase da aprendizagem. O professor deve trabalhar de acordo com o histórico escolar e de vida de cada educando.
Na educação infantil,  a criança vê a escola como um espaço lúdico, cabendo ao professor institucionalizar a escola, além de ampliar referências dos saberes, da linguagem e da formação;
No ensino fundamental (1ª e 2ª séries), o aspecto lúdico da lugar a algumas cobranças. O professor continua com a missão de institucionalizar o espaço escolar  apresentando regras, sem deixar de motivar o aluno, ajudá-lo nas adaptações, a desenvolver um auto conceito e novos critérios de convivência;
Ainda no ensino fundamental (3ª e 4ª séries), inicia-se o processo do auto conceito acadêmico, o aluno passa a se cobrar mais e comparar seu rendimento com de outros colegas. Nesta fase, é importante que o professor auxilie o aprendiz a organizar-se, trabalhar com suas dificuldades e ganhar certa autonomia.
Do 5º ao 9º ano, o aluno começa a aumentar suas relações no meio extra escolar e seus interesse se dividem com o lazer, jogos, paqueras, etc. A partir desta fase, incluindo o ensino médio, o aluno começa a perceber a importância da escola em sua vida, por outro lado passa por um momento de cobrança no desempenho, de conflitos, de formação da auto estima e da redefinição da identidade e de valores.
É importante neste momento que o professor seja sensível para apoiar, orientar e conscientizar o aluno sobre aspectos da vida social e de suas responsabilidades.
Não existe uma receita para a ação do professor, muitas vezes alunos do ensino médio precisam de auxílio na adaptação ou aprender regras que deveriam ter sido ensinadas em fases anteriores. É necessário que o educador seja flexível, tendo sensibilidade para acolher o educando de acordo com suas necessidades e sua trajetória escolar.

Vídeo-aula 1 : O papel do Professor: Instruir ou Educar

Para pensar na educação atual e no papel do professor, é necessário observarmos os alunos. O mercado e a sociedade, cobram que os estudantes sejam criativos, tenham autonomia, responsabilidade e competência. Por outro lado ameaças como o alcoolismo, a prostituição, a gravidez precoce, a intolerância e a marginalidade, rondam o meio infanto-juvenil.
Considerando estes fatores, fica claro que o trabalho do professor, não pode ter somente um cunho conteudista, mas implica em desenvolver, durante o processo educacional, o respeito a valeres ligados a vida social, a natureza, a cidadania e a ética.
 Não se trata de excluir os conteúdos, mas atrelá-los a realidade sócio, econômica e cultural em que o aprendiz está inserido, aliando assim, o pedagógico ao educacional e desta forma promover a aprendizagem, a formação da identidade, a socialização, a humanização e a libertação (ligada a criatividade e capacidade de resolver problemas).
Os projetos devem integrar escola e comunidade, mas é essencial que estejam previstos no projeto político pedagógico e formalmente pensados e eleitos pela comunidade escolar.
O professor deve estar comprometido com a proposta educacional e isto implica uma prática diária baseada, na ética, na valorização das relações interpessoais e no protagonismo do aluno.

sábado, 5 de maio de 2012

vídeo-aula 28: Encaminhamentos Pedagógicos na Escola Pública Sobre a Questão Religiosa

Os artigos 5 e 19 da Constituiçao Federal, garantem a liberdade religiosa e a laicidade do Estado em relação a religião, porém estabelece, no artigo 210, conteúdos mínimos à educação fundamental, dentre os quais está o ensino religioso, com matrícula facultativa.
A polêmica em torno deste tema, que foi levado até ao Supremo Tribunal de Justiça, é causado, pelo artigo 33 da LDB, que diz que o ensino religioso é facultativo e deve ser oferecido sem ônus aos cofres público, de acordo com as preferências de seus responsáveis, além da lei 9475, que tem uma redação ainda mais problemática, porque abre espaço para a interpretação de que o cidadão não pode ter uma relação com o Estado se não tiver uma formação religiosa.
A educação deve estar preparada para lidar com a pluralidade típica de nossa cultura, de maneira pacífica, respeitosa e democrática. Os professores ou diretores, não têm o direito de utilizar suas autoridades e supostos conhecimentos superiores, para impor crenças em espaços públicos como a escola e sim , aproveitar os conteúdos formais que estão presentes no currículo, para expor os muitos direitos humanos que foram desrespeitados em nome do fanatismo religioso.

Vídeo-aula 27: A Produção da Identidade/Diferença: a Questão Religiosa

A questão religiosa envolve a pluralidade em que todo indivíduo está inserido ( a origem familiar, o bairro ou comunidade em que vive, os locais que frequenta, a escola, os grupos a que pertence), determinando a formação de uma identidade singular, seu jeito de ser, pensar e agir.
A religião é também fator componente da identidade e esta, é constituída a partir de memórias de experiências que já se teve e a partir da eleição do que se quer ou não crer.
Todos os modos de crer ou não devem ser respeitados, mas o que ocorre muitas vezes, é a percepção de que algumas pessoas se sentem superiores por terem determinadas crenças, quando se comparam com outros indivíduos que seguem outras religiões ou são ateus.
A laicidade do Estado garante a crença ou descrença religiosa, o direito de todos em fazer suas escolhas e desta forma garamtir o respeito à diversidade religiosa, o que não ocorre, por exemplo, em alguns Estados árabes.
A discriminação por motivos religiosos, fere a ética e a Constituição do Brasil, sendo considerada, de acordo com o arigo 5º, um crime.

Vídeo-aula 26: O Papel da Escola no Processo Educativo de Direitos Humanos

A escola é o local onde socializamos, aprendemos e construímos diferentes conhecimentos. As diferentes formas de aprendizagens (cognitiva, emocional, afetiva) irão tornando a criança, mais, ou menos humana, tolerante, compreensiva ou não das diferenças sociais e individuais.
A educação tem a função social de possibilitar conhecimentos nos diversos campos, transversalizando valores, concepções e crenças às ideologias sociais. Portanto, o objetivo da escola deve ser a ampliação e a defesa dos direitos humanos, realizada de forma intencional, ou seja, que estes conteúdos estejam explícitos no currículo.
A EDH brasileira  avançou bastante nos úlitmos anos, devido a produção de documentos e legislações que norteiam nossa ação, porém nem sempre a metodologia aplicada contempla ou condiz a estes planos de ação.
O cotidiano escolar deve ser pautado na crítica, na problematização e no diálogo, que permitam ações e atitudes, através da troca permanente de aprendizagens, relacionando-as a realidade social dos alunos e a problemas presentes na sociedade atual, sem no entanto, perder de vista os conteúdos programáticos.
A legislação deve ser estudada de forma motivante, através da exploração da diversidade cultural brasileira, a partir de linguagens como o teatro, a música e a dança, por exemplo, e não, simplesmente decorada.

Vídeo-aula 25: Comitês de EDH: Possíveis Parcerias

A implantação da EDH no Brasil, fundamenta-se na Convenção de Viena (1993), que aponta a educação como elemento fundamental para instituição de direitos humanos nos diversos países que assinaram este documento e desta forma, impactua de forma positiva na elaboração de políticas nestes países.
Os Estados que aderiram este documento começaram a organizar comitês; é o caso do Brasil que em 2003 cria o Comitê Nacional para EDH. Este comitê é formado por agentes da educação, da segrança pública, da mídia, de ONGs e outros profissionais que tenham relação com os direitos humanos. Tem a função de elaborar e implantar políticas públicas para a EDH, implantando-as nos estados e municípios, além de monitorar eventuais violações dos mesmos.
O primeiro documento, elaborado em 2003, sofreu várias transformações após  ser submetido a consulta popular, sendo publicada em 2006 uma nova versão.
Atualmente existe o Plano Nacional em Dieirtos Humanos (PNDH3), no qual existe um eixo específico para a EDH; anualmente é publicado um edital para que estados e municípios enviem propostas de formação de seus próprios comitês, o que constitui oportunidade para que os profissionais ligados a EDH possam organizar-se.




Vídeo-aula 24: Gênero e Diversidade Sexual: Desafio para a Prática Docente

Atualmente, o aumento de movimentos sociais, colabora para a democratização da educação, no que diz respeito ao gênero e a diversidade sexual, a medida em que o Estado promove políticas públicas relativas a estes temas, além de criminalizar práticas de preconceito e descriminação.
O marco para o início das discussões sobre gênero e diversidade sexual  foi a Constituição de 1988, que traz o debate a respeito destes temas, criando políticas pautadas em documentos internacionais e criando desta maneira, compromissos com os mesmos.
A partir dos anos 90, o assunto é introduzido no currículo escolar, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira e com os Parâmetros Curriculares Nacionais, porém, estes documentos são críticados por serem considerados centralizadores, além de outros fatores como o despreparo e falta de capacitação docente, a falta de destaque a questões ligadas a diversidade sexual, a criação de programas fragmentados e desarticulados com a educação, além de disputas internas e externas do governo em relação a introdução desta temática na educação. Soma-se a estes fatores a influência da mídia, que fortalece as desigualdades.
Desta forma as identidades que se constrõem fora dos padrões hegêmônicos continuam sendo discriminadas, em especial os homossexuais, que sofrem um preconceito, muitas vezes valorizado pelos jovens, marcado pela criação de esteriótipos e pelo medo da convivência com o diferente, o desigual.
Pesquisas revelam que grande parte de pais, alunos e até professores têm algum tipo de preconceito, o que constitui grande desafio para a educação: desconstruir a hierarquia das diferenças individuais e coletivas, para que estas não se transformem em desigualdades. Para que isto ocorra, é necessária a conscientização do docente, a denúncia das atitudes de discriminação e intimidadção, o desenvolvimento de atividades voltadas ao tema, a análise crítica de materiais que circulam no meio escolar providos de preconceito e uma prática pedagógica que respeite de fato as diferenças.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Vídeo-aula 23: Relações Sociais de Gênero: um Direito e uma Categoria de Análise

As discussões sobre gênero se evidenciam com as lutas sociais pelos direitos da mulher, dividindo-se em dois capítulos: o primeiro no século XIX, em que mulheres brancas da classe média européia e norte-americana lutavam pelo direito de voto e o segundo momento contemporâneo, em que houve um aprofundamento de questões como o patriarcalismo, liberdade de expressão, divisão do trabalho e diferenças salariais.
Apesar da evolução nos últimos anos, ainda é visível em muitas culturas, inclusive no meio escolar, a discriminação contra a figura feminina, que é tida como biologicamente inferior e desta forma imutável, ou seja, o natural é a mulher dar mais atenção aos filhos e a casa, cuidar da comida, ser mais sensível, enquanto o homem é o provedor, o chefe da família.
Ocorre uma polarização que dita que todos os homens são iguais e todas as mulheres também,   estabelecendo-se uma hierarquia em que os homens são mais e as mulheres menos.
A partir dos anos 60, algumas pesquisas demonstram que as condições de gênero não são determinadas biologicamente, mas fruto de relações sociais e fatores históricos que precisam ser desconstruídos.
A escola, como ambiente democrático que deve ser,  deve ajudar a reconstruir as relações de gênero, sem reproduzir a socialização de gênero pretensamente universal, que generaliza o modelo dominante de masculinidade frente a subordinação feminina.

Vídeo-aula 22: EDH, Inclusão e Acessibilidade

A EDH, propõe a inclusão de alunos com necessidades especias (deficientes, com transtornos globais e com altas habilidades), no sentido de proporcionar acessibilidade, como uma questão de dignidade, participação e autonomia no contexto de ensino, dando as mesmas condições para que estes indivíduos se tornem sujeitos de direito.
Hisroricamente, os deficientes foram excluídos, porém, no Brasil, a partir da Constituição de 1988, com os artigos 205, que garante a educação a todos e 208, que prevê atendimento educacional especializado aos alunos com necessidades especiais, inicia-se um processo de inclusão importante para a EDH.
Com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 1996, redige-se um capítulo específico, garantindo-se um currículo adaptado para a Educação Especial e atendimento educacional especializado, também assegurados  posteriormente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Em 2001, cria-se o Plano de Desenvolvimento Nacional de Educação Especial da Educação Básica, garantindo a inclusão de deficientes nas escolas comuns. Porém, com a percepção das dificuldades de acesso e a dificuldade de aprendizagem destes alunos no ensino formal, em 2088, com a Política Nacional Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, estabelecem-se o Desenho Universal em que ferramentas, artefatos e produtos utilizados na educação, são organizados de forma que todos possam utilizá-los com segurança e autonomia, além de metas de acessibilidade arquitetônica, pedagógica, tecnológica e de comunicação.
 Para a verdadeira inclusão dos deficientes, somente a matrícula não basta, são necessárias condições de efetiva participação, com dignidade, conforme lhe confere em direito a Constituição.
Aos professores interessam essas legislações, para que a EDH e concomitantemente a educação inclusiva, não se trate apenas de tolerância e reconhecimento das diferenças, mas de respeito e conhecimento pedagógico que permitam a aprendizagem escolar e social.

Vídeo-aula 21: EDH na Sala de Aula

A aprendizagem constitui um momento de abertura para acolher informações, conhecimentos e significados, e, incorporá-los a maneira de ser e de viver do sujeito. Porém, para que isto ocorra de modo significativo, precisa-se considerar  as capacidades, a história, os conhecimentos prévios, os estados psíquicos, os interesses e as condições de trabalho, tanto dos alunos como dos professores. 
A educação em direitos humanos deve ter o aluno como eixo central  do processo de aprendizagem e ser efetivada de maneira transversal e interdisciplinar. Isto significa desenvolver temas ligados a realidade da comunidade em que o discente está inserido, levantanto que direitos humanos são respeitados ou violados na mesma. Quando se fala em violência contra a mulher, por exemplo, pode-se trabalhar os diversos conteúdos formais como dados estísticos em Matemática, produção de textos em Língua Portuguesa, regiões onde as mulheres são mais agredidas em Geografia e acontecimentos históricos e sociológicos de porque isto ocorre com mais frequência em determinadas sociedades, ao mesmo tempo, em que se trabalha um tema significativo para o respeito aos direitos humanos.
A metodologia utilizada na apresentação do conteúdo é fator determinante para que o aluno considere ou não  relevante e interessante, o tema em questão. Desta maneira, o professor deve procurar diversificar as aulas com atividades extraclasse, visitas a museus, debates,  aulas práticas, experimentos, passeios culturais, fugindo assim da monotonia das aulas expositivas, apesar destas, serem igualmente importantes em determinados momentos do processo de aprendizagem.
A aprendizagem baseada em problemas e o desenvolvimento de projetos são estratégias interessantes para a EDH, pois problematizam a realidade, instigando o aluno à acões investigativas e ao trabalho em grupo que promove a divisão de tarefas e responsabilidades. Exige a ação, a atitude e a descoberta de soluções, tão necessárias para educar em direitos humanos

terça-feira, 1 de maio de 2012

Vídeo-aula 20: Diferentes Possibilidades Culturais no Currículo Escolar

Antes de abordar o currículo escolar, o vídeo destaca os principais locais onde se estabelecem as identidades e diferenças: na família, na escola, na comunidade e na mídia, esta, dissimina uma identidade-referência historicamente hegenônica, ou seja, do branco, euro-americano e homem. Portanto, meninas e meninos negros, mesmo antes de entrarem na escola, têm suas identidades construídas a partir de identidades-referência branca, influenciando suas subjetividades e encontrando muitas dificuldades no ambiente escolar, devido as suas representações fenotípicas.
As possibilidades de mudar esta situação estão no currículo, todavia, este não contempla devidamente a cultura negra, ou de outras minorias.
Práticas que traçem o perfil e mapeiem os interesses dos discentes, podem facilitar a introdução de projetos da cultura negra no cotidiano escolar, e não somente, em datas comemorativas. O projeto pedagógico deve levar em consideração ainda, a existência das diferenças que causam preconceitos (ainda que velados) e fazer reflexões que venham combatê-los.
Reflexões importantes sobre este tema devem ser inclusas em debates , fóruns ou mesmo na sala de aula:
identificação da hegemonia branca; os benefícios da desconstrução desta hegemonia; justiça curricular; a ação dos alunos na descontrução de abordagens preconceituosas; estreitamento da relação aluno/comunidade/escola. As sugestões anteriores não se tratam de uma receita, pois cada contexto exige um trabalho diferente, mas podem auxiliar o professor no trabalho de inclusão.

Vídeo-aula 19: Relações Etnicorraciais na Escola

A utilização do termo raça, esconde a relação de poder e dominação, determinada hierarquicamente pela  raça branca como superior quando comparada a raça negra e amarela.
Atualmente, alguns autores preferem utilizar o termo etnia, para evitar constrangimentos, mas substituir uma palavra pela outra, não transforma a situação de desigualdade entre as culturas e povos, que continua predominando na sociedade e obviamente, na escola.
Quando dizemos que somos um país de mestiços, levanta-se uma falsa impressão de que somos todos iguais, firma-se o mito da democracia racial.
Na escola a discriminação ainda existe, a identidade do branco ainda prevalece sobre as diferenças do negro, ainda que muito camuflada ou disfarçadamente.Os professores, devem estar atentos, em suas atitudes, promovendo discussões, intervenções e reflexões sobre estes marcadores sócio-culturais, promovendo assim relações realmente igualitárias e democráticas.

Vídeo-aula 18: EDH e Ambiente Escolar

A igualdade entre os indivíduos pode ser reconhecida por leis e tratados, mas não está assegurada juridicamente se as pessoas não reivindicarem seus direitos e dos outros ou se não conhecê-los. A EDH, se torna fundamental para o reconhecimento e promoção da igualdade e democracia.
Educacionalmente, mais importante que dar aulas expositivas sobre os direitos humanos é a forma como o processo educacional é conduzido, no sentido da convivivência democrática, da articulação da escola com a família e a comunidade, de permitir o protagonismo discente e de elaborar práticas voltadas a ações que promovam os direitos humanos.
As principais dimensões do ambiente escolar que se relacionam com a EDH são:
- Relações Humanas: que envolvem todas as relações interpessoais existentes no ambiente escolar, as resoluções de conflitos, a motivação de alunos e professores, a participação dos pais e da comunidade. Não é possível falar em EDH, em uma escola que impõe regras definidas sem a participação dos alunos, ou em que as soluções de conflitos são punições ao invés de uma relação dialógica.
- Espaço Físico: observar se o prédio, os sanitários, os espaços de convivência, a locolização são adequados
a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. Não é possível educar em direitos humanos, sem banheiros limpos, sem carteiras ou locais que permitam ao jovem pesquisar ou realizar atividades de debate e discussão.
É importante que o professor avalie se sua prática é favoravel a EDH, para tanto seguem abaixo, resumidamente, algumas ideias retiradas de resoluções que constam no Plano Mundial e Nacional de Educação em Direitos Humanos:
- discutir e definir deveres e responsabilidades de professores e alunos (ainda que esta decisão não seja unânime);
- utilizar procedimentos dialógicos para a solução de conflitos;
- utilizar propostas de trabalho em que o aluno seja protagonista, realizando atividades organizadas por eles próprios, dando oportunidades para os mesmos de mediar e defender seus interesses e do próximo;
- conscientização de pais e familiares a respeito da importância da EDH;
- desenvolver projetos e ações na comunidade;
- reconhecer e celebrar conquistas dos Direitos Humanos por meios de festividades.

Vídeo-aula 17: Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH)

A EDH surge com mais força no cenário mundial a partir de 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos; uma resposta aos conflitos, sofrimentos e atrocidades provocados pela 2ª Guerra Mundial.
No Brasil, apesar das lutas e movimentos sociais durante a ditatura, a EDH,  começa a ser pensada institucionalmente, a partir da Constituição de 1988 e da criação das Leis de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Brasileira (1994).
Com a  LDB cria-se uma legislação para orientar os Estados e Municípios, elaborando-se planos e políticas de ensino, que permitem cobrar do poder público uma educação de melhor qualidade, mais democrática e consequentemente com maior abordagem sobre a questão dos direitos humanos; não basta mais aprender somente no campo cognitivo, mas exercitar a atitude, a ação e as lutas.
A implantação do PNEDH, se dá em dois momentos em 2003 e em 2006, quando é definido e organizado em cinco áreas:
- Educação básica: como direito de todo ser humano e com o objetivo de extinguir o analfabetismo no país;
- Educação superior: visa superar a educação conteudista e associar as pesquisas e o ensino com os direitos humanos;
- Educação não formal: auxiliar as organizações civis, orientar instituições não governamentais em seus direitros como cidadãos;
- Sistemas de Justiça e Segurança Pública: promover entre funcionários públicos destes setores  a EDH, já que estes, monitoram e implementam leis relativas aos direitos humanos.
- Educação e mídias: considerar a importância dos conteúdos da mídia, no que diz respeito a formação de valores e identidades, reconhecendo as tecnologias como aliadas do processo educacional.

Vídeo-aula 16: Encaminhamentos Pedagógicos: Blog no Ensino de Ciências

O vídeo relata a experiência de trabalho com seis classes do 9º ano de uma escola de ensino formal.
A escolha do Blog como ferramenta se deu, por este permitir a produção de texto de melhor qualidade, a correção dos mesmos, a reflexão, a análise e aprofundamento de conhecimentos.
 A atividade inicia-se com os alunos produzindo seus perfis, o que permitiu o mapeamento das principais áreas e temas de interesse dos mesmos. Solicitou-se uma produção mínima, mas os alunos começaram a produzir, mais que o mínimo estabelecido. Alguns conflitos surgiram no início do processo (cópia de textos da internet, por exemplo), mas oportunizaram negociações e diálogos importantes para o processo democrático.
Os professores fizeram um acompanhamento constante das produções, a fim de observar que representações os alunos tinham a respeito de determinados temas, colhendo assim dados para preparar novas atividades ou descontruir ideias preconceituosas a respeito dos temas abordados. Observou-se também, que houve interação entre os alunos da classe entre si, com alunos de outras classes e com pessoas de fora da escola, o que ampliou a possibilidade de descontrução de conceitos considerados pouco democráticos, visto que permitiu a exposição de ideias de diferentes grupos e culturas.
O resultado do trabalho foi positivo, visto que  comtribuiu para a produção de texto(tão indesejada pelos alunos), para ampliar o campo de pesquisa e as trocas de informaçoes e ideias, além de modificar o conceito dos alunos a respeito da tecnologia, muito mais amplo agora.

Vídeo-aula 15: A Produção da Identidade/Diferença, Culturas Juvenis e Tecnocultura

O conceito de juventude a que se refere o texto não está ligado a fase biológica, natural ao adolescente, mas a cultura deste grupo, que resulta da condição sócio-econômica em que vive e dos discursos veiculados pela mídia, que influenciam na formação da identidade do mesmo.
O padrão de identidade ideal nos dias de hoje é o de jovem feliz, bonito, cercado de pessoas, em festas, atletas, bem sucedidos econômicamente; os que não se enquadram neste padrão, possuem diferenças que os excluem.
Muitas vezes, a mídia é responsabilizada por moldar os comportamentos juvenis, mas ela nada faz além de pesquisar a respeito dos interesses destes grupos, para produzir produto que sejam atraentes, produtos com quais o jovem se identifica e por isto, consome. 
A escola deve de certa forma, copiar a mídia, identificando e mapeando os grupos de jovens e seus interesses, na tentativa de atraí-los, gerando sedução e identificação em relação aos projetos educacionais desenvolvidos.
Em contrapartida a escola discrimina a atitude juvenil, classificando o jovem como violento, indisciplinado sem ideias ou conhecimentos.
Nos centros urbanos, segundo pesquisa da MTV, cerca de 90% dos jovens estão conectados a internet.  Este dado cria na juventude atual novas características: tranformação constante e veloz de idéias e conceitos, diversidade de contatos culturais, desnaturalização do corpo(através dos perfis que criam), contato com diversas formas de linguagem e insegurança em relação a violência e as relações sociais.
As práticas acadêmicas nada tem a ver com as fontes de informação, sociabilização, construção de conhecimentos e de identidade apresentadas pelas novas tecnologias e que atraem fortemente o público jovem. Os projetos educacionais, devem  associar-se a tecnologia, usar novas ferramentas, buscando maior interesse e desenvolvimento do aluno.


Vídeo-aula 14: As Dimensões da EDH

As dimensões da EDH devem ser consideradas em quatro aspectos:
1- Conhecimento: a EDH deve levar em consideração o conhecimento historicamente construído, durante as lutas sociais que ocorreram em defesa dos direitos humanos no Brasil e no mundo.Os educadores devem relacionar os documentos de referência e os movimentos ocorridos com a realidade dos alunos e da comunidade em que vivem, para que estes possam além de tornarem-se sujeitos de direitos, reconhecerem os direitos do próximo;
2- Valores Democráticos: a escola deve desenvolver temas e atividades, que permitam atitudes e práticas sociais que valorizem e expressem o respeito aos direitos humanos. A EDH tende a desenvolver valores como liberdade, responsabilidade (pessoal e social), justiça, solidariedade, pluralidade, diversidade e inclusão. A aquisição destes valores permite um convívio mais democrático, com redução de atos discriminatórios e maior respeito às diferenças;
3- Desenvolvimento de Metodologias: a prática do professor deve estar pautada na construção coletiva e participativa, em que a centralidade do processo educacional é o educando. Este por sua vez deve ser o protagonista, inserir-se socialmente, participando direta ou indiretamente das decisões e atividades realizadas na escola;
4- Práticas: fortalecer práticas individuais e sociais que promovam a proteção e defesa dos direitos humanos, bem com a reparação de possíveis violações que venham a ocorrer. A educação deve ser voltada ao desenvolvimento do pensamento crítico, através de projetos de cunho social, que permitam a investigação, tomadas de decisões e ações para transformação da realidade.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Vídeo-aula 13: Histórico da EDH - Documentos Referência

Os documentos referência sobre a EDH, são muito importantes, pois ao participar da formulação destes textos e pactuar com os mesmos, os países participantes dos  tratados, planos de ação e/ou declarações, assumem internacionalmente o compromisso de efetivar e constituir legalmente a EDH dentro de seu território, além de estarem sujeitos ao monitoramento de questões ligadas aos direitos humanos por comitês e comissões internacionais (ONU/ OEA).
Os documentos no entanto, não garantem a ação do Estado. A partir de 1974, a UNESCO, faz algumas recomendações para o desenvolvimento da EDH, entre elas: que os direitos humanos devem atravessar todos os níveis e formas da educação; ter uma política educacional voltada aos DHs; proporcionar uma aprendizagem cívica ativa; educar a partir das diferenças culturais; preparar educadores e material pedagógico adequado para a EDH; porém,  o Brasil enfrentava uma ditadura militar nesta época. Em 1988 com a reformulação da Constituição Brasileira e com o protocolo de San Salvador, as ideias sobre EDH começam a se institucionalizar de fato, na política brasileira.
A partir de 1993, com o Plano de Ação de Viena, o Brasil cria o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH). Estabelece-se a década da EDH (de 01/05/1995 a 30/12/ de 2004). Enfim, a partir de 1994, uma série de tratados e pactos sobre a EDH foram realizados com a participação do Brasil. Não vejo necessidade de citá-los todos e sim de estudá-los, afim de promover uma educação que não se envergonhe de seu pluralismo cultural e nem permita que essa diversidade seja motivo para violações.
O Brasil vem assumindo importantes compromissos no que se refere a adoção de uma política educacional voltada aos direitos humanos, no entanto, acredito que a formação acadêmica de baixa qualidade, a falta de capacitação de profissionais que já trabalham na área, a força da classe hegemônica que não anseia por mudanças e a corrupção que devasta o país, ainda são fortes entraves para o desenvolvimento da EDH ou qualquer outro nível de educação.
Neste sentido, entendo ser necessário levar os documentos de referência para as escolas e iniciar a discussão com os colegas de trabalho e alunos. Conhecer estes documentos é primordial, inclusive para os professores, para que estes, tenham primeiramente a  consciência de que são sujeitos de direitos, para posteriormente contribuir com a EDH.


Vídeo-aula 12: Multiculturalismo: Encaminhamentos Pedagógicos

A melhor maneira de se trabalhar o multiculturalismo na escola é escolher um tema, apresentando-o aos alunos segundo pressupostos científicos ou de acordo com a visão do professor, sem no entanto, estabelecê-los como verdades absolutas.
O ponto de vista da comunidade deve ser valorizado e mesclado à visão acadêmica e aos conhecimentos de mundo amplamente divulgados pela mídia. A metodologia deve ser ampliada, não se restringindo a oralidade e a escrita, mas oportunizando entrevistas, debates, ampliando os espaços de pesquisa.
A escola deve apresentar-se de forma dialética, com diversas representações de mundo, onde o consenso deve dar espaço a uma discussão saudável, a partir de diferentes idéias sobre um mesmo tema.
Todo conhecimento é transitório e pode se reconstruído, discutido e não simplesmente aceito, quando imposto pelos grupos hegemônicos.
Outro importante aliado pedagógico é o registro, tanto de alunos como de professores, para que se possa observar se estamos na direção que leva ao alcance das metas traçadas, ou se necessitamos recuar e rever estratégias e objetivos.

Vídeo-aula 11: Políticas Culturais, Multiculturalismo e Currículo

As políticas culturais podem ser classificadas como: segregacionista, que exclue os indivídos; assimilacionista, que deseja que os grupos minoritários assimilem as idéias, comportamentos e modos de ser das classes dominantes e integracionista, que percebe as diferenças, preserva os significados de cada grupo e busca aproximar as diferentes culturas.
O multiculturalismo, segundo Peter Maclarem está ligado as diferentes formas de políticas educacionais e pode ser classificado da seguinte maneira:
- Conservador: em que prevalece a significação cultural do sujeito, considerando-a superior ou mais interessante do que a cultura de outros grupos. Este tipo de multiculturalismo tende a homogeneizar grupos;
- Liberal:  há um conflito cultural, em que apenas os significados mais relevantes para um grupo sobreviverão;
- Pluralista: Valoriza as diversas identidades, mas não há uma discussão ampla e conjunta a respeito das mesmas;
- Essencialista de esquerda: reconhecimento de grupos culturalmente oprimidos, sem a compreesão de que nem em todas as situações o indivíduo se encontra em desvantagem; muitas vezes, o indivíduo oprimido em determinadas situações , se torna opressor em outras;
- Crítico: reconhece as diferenças, promovendo a experiência de encontros entre os grupos. Este conceito de Multiculturalismo é considerado o mais  adequado para se definir  o currículo.
Conclui-se que a decisão curricular é um ato político, pois permitirá a constituição de sujeitos de direito, posicionando-os em relação às diferentes culturas de forma democrática.

Vídeo-aula 10: Educação em Direitos Humanos no Brasil

Durante o Brasil Colônia muito pouco se fez em relação aos direitos humanos, pois todos os interesses estavam voltados para os colonizadores.
Historicamente a educação e a aprendizagem dos direitos humanos no Brasil surgiram durante os períodos de ditadura, quando organizações antirepressão, auxiliavam as vítimas do sistema político e manifestavam nas ruas, no teatro, na música, nas artes, o desejo de liberdade e igualdade de direitos.
Após  a institucionalização dos direitos humanos, a luta hoje é para por em prática no cotidiano, o respeito pelos direitos alheios e a convivência realmente democrática.
A escola, deve apresentar a história, de maneira que a criança e o adolescente, tenha contato com os fatos, com as lutas e com as conquistas durante o processo de democratização, além de torná-los conscientes de seus direitos, para que estes, possam lutar contra qualquer tipo de opressão, que ainda existe até os dias de hoje, embora não seja tão escancarada como na época da ditadura militar.
Educar em direitos humanos, compreende incluir no currículo formal conteúdos relativos a este tema, apresentar as legislações de proteção, mas ao mesmo tempo aplicá-las no cotidiano, evitando assim que o aluno se torne omisso ou cúmplice de processos autoritários.

Vídeo-aula 9: Construção do Sujeito de Direito

Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, "todos são livres e iguais em dignidade e direitos." Porém a institucinalização das normas relativas aos direitto humanos, não garante que o sujeito de direito seja verdadeiramente instituído. Isto requer a participação dos vários seguimentos e instituições da sociedade.
Um dos principais problemas enfrentados para se constituir os direitos humanos é a violência. Apesar de todas a legislações criadas para garantirem a proteção da criança e do adolescente, a violência contra estes grupos é visível na maioria das sociedades.
A legislação de proteção a criança no Brasil é excelente, porém necessitamos capacitar profissionais (professores, advogados, policiasi, juízes) para aplicarem adequadamente estas leis e fazê-las estarem presentes no cotidiano.
Segundo Paul Recoeur, "o que está para além da violência é o que é contrário a ela, é o uso da palavra". Portanto, ensinar de maneira adequada, significa manter uma relação de igualdade com os educandos, em que a conversa e o diálogo franco, aberto e fraternal é essencial.
Parece simples, porém dialogar, reunir professores imbuídos a seguir a mesma linha de pensamento , não é fácil, mas é um processo heurístico, descobre-se como se faz, fazendo-se.

Vídeo-aula 8: A Característica Multicultural da Sociedade Contemporânea e suas Consequências para a Convivência Democrática

Uma das características do 3º Milênio são as mudanças sócio-econômicas que criaram grupos distintos, devido as diferenças econômicas entre os mesmos, ao acesso as tecnologia e mídias, aos modismos, ao consumismo e a vulnerabilidaade de alguns indivíduos quando comparados aos grupos hegemônicos.
Anderson (1993), cria o conceito das comunidades imaginárias, ou seja, nos sentimos pertencentes a determinadas comunidades fechadas, o que não ocorre, pois somos constantemente influenciados por outros grupos com os quais convivemos e por "textos" culturais a que temos acesso.
A partir de comportamentos e culturas transmitidas pela veloz tecnologia, assumimos determinadas políticas de identidade; quem e como devemos ser?
O acúmulo de determinadas características hegemonicamente aceitas, garante ao cidadão uma classificação social positiva, enquanto as diferenças tendem a excluir.
Não devemos portanto, enquanto educadores, tentar homogeneizar o processo educativo, como se todos os alunos fossem iguais, mas respeitar a diversidade cultural, trabalhar para a inclusão e tentar dar oportunidades e acesso a grupos que historicamente têm sido julgados com inferiores.

Vídeo-aula 7: Os Estudo Culturais e a Produção da Identidade e da Diferença

A identidade pode ser determinada a partir de três concepções:
- Iluminista: em que o indivíduop já nasce com características boas ou ruins;
- Sociológica: a identidade se forma a partir das influências do meio, não podendo ser modificada;
- Pós-moderna:  na qual a identidade se forma a partir das influências do meio, mas podem ser alterada.
A identidade é fruto da linguagem que define seus significados, o que permite conceituar o que é certo ou o que é errado, criando assim as diferenças.
As relações de poder estão diretamente ligadas a classificação de correto ou incorreto, visto que a classe dominante, com mais oportunidades culturais, estigmatiza como negativas a identidades dos menos favorecidos culturalmente. As elites, normalmente se julgam superiores, negando as características positivas dos outros.
As identidades se formam por processos de significação e símbolos (roupas, música, sexualidade), que podem segundo a visão pós-moderna,  se transformar constantemente. Aqueles que não estão dentro do padrão do grupo, devem se enquadrar nos mesmos, ou serão excluídos.
Educacionalmente temos que rever nosso papel; será que muitas vezes, nós também não classificamos nossos alunos em bons ou maus? Comportados ou indisciplinados e violentos? Os que aprendem e os que não têm jeito?. Devemos nos lembrar que a classificação pode marcar o sujeito pelo resto de sua vida e estarmos atentos, acreditando sempre na transformação que o processo educacional pode promover.

sábado, 28 de abril de 2012

Vídeo-aula 6: Direito Internacional e Educação em Direitos Humanos

O fato de nascermos em certa localidade , nem sempre nos torna cidadãos desta nação. Cada país possui leis e constituições específicas. Na Alemanha por exemplo, só são considerados alemães, filhos de pais alemães.
Durante a 2ª Guerra Mundial, a população de origem judia que vivia na Alemanha, se torna apátrida, perdendo desta forma a proteção do Estado e sendo praticamente exterminada pelos alemães. A partir daí, a comunidade internacional, busca um respaldo jurídico para evitar que tais atrocidades ocorrecem novamente, para tanto, redigiu-se a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
 A partir de 1948, outras convenões foram realizadas (estatuto do refugiado, direitos da mulher, contra a discriminação racial, contra a tortura, entre outras). No entanto, estes documentos nada valem se suas intenções não forem aplicadas nas políticas educacionais, econômicas e sociais dos Estados.
Os educadores devem ter conhecimento destes documentos, considerando todos os alunos, como sujeitos de direitos,  levando em conta suas especifidades e singularidades, assim como as características das comunidades em que vivem. É necessário promover atividades e vivências que permitam o desenvolvimento de cada um a seu tempo, a partir de suas particularidades.
Atualmente, as mídias e o próprio convívio social, nos apresentam mais violações do que ações que promovam os direitos humanos, os professores precisam  demonstrar na prática o respeito pelo ser humano e serem criativos para criarem situações favoráveis que instituam realmente o respeito pelas diferenças e pelos direitos humanos.

Vídeo-aula 5: Entrevista de Ana Maria Klein com o professor Solon Viola

A entrevista fala sobre a dificuldade da instituição dos direitos humanos no Brasil. Segundo o professor Solon,  os direitos humanos começam a se instituir no Brasil após o fim da ditadura, com as conquistas das anistias aos exilados políticos e com o movimento da Diretas Já; porém, estes, não conseguem se estabelecer de fato, devido a herança histórica enraizada na cultura das classes dominantes, que têm o apoio da mídia.
Para que a concepção sobre direitos humanos se torne menos restrita, ainda segundo Solon, a educação necessita resgatar fatos históricos e conquistas sociais importantes, levar em conta o educando, seus saberes e sua realidade, para que os mesmos tornem-se sujeitos de direitos.
Os direitos humanos não se restringem ao espaço nacional, mas extrapolam fronteiras. A escola não deve internalizar o estudo sobre os direitos humanos, mas expandir essa discussão, criar novos espaços, fazer com que os alunos observem criticamente as mídias e desta forma possam, numa relação dialógica embater e propor idéias para a melhoria da qualidade de vida e consequentemente promover maior igualdade entre as pessoas, características do respeito aos direitos humanos.
O aquisição de conceitos sobre os direitos humanos é extremamente importante, mas uma vez adquiridos, necessitam ser vivenciados e exercitados
É preciso ter uma relação de humanidade com os alunos, mostrando-lhes as atrocidades cometidas no decorrer da história e o quanto foram repugnantes, sem contudo, deixar de fomentar o sonhar, o desejo de agir para que o mundo seja mais igualitário e fraterno.

Vídeo-aula 4: A Convivêmcia Democrática na Ótica dos Estudos Culturais

Os estudos culturais contribuem para a formação dos indivíduos na sociedade, pois estabelece relações da cultura com o mercado, o Estado e a sociedade civil.
As relações sociais são marcadas pelas relações de poder que determinam a verdade e o conhecimento segundo as elites; os estudos culturais permeiam ideias e ações ativistas contrárias a hegemonia cultural, por esta razão no campo político, estes estudos, tomam partido dos menos privilegiados, a favor de uma cultura democrática (redução das diferenças culturais e de renda).
A cultura não deve ser compartimentada, pois a escola, a família, a rua, o clube, a igreja. os hospitais entre outros, são espaços culturais com significados próprios, mas que interagem entre si.
Apesar de existirem fronteiras entre as diferentes culturas, o homem pode intervir na realidade cultural, através da centralidade substantiva, que vê na mídia e na globalização a possibilidade da formação de sociedades mais híbridas.
As relações da cultura com a política e com a economia constituem a realidade cultural, pois estes aspectos regulam, classificam e criam novas identidades na sociedade em que vivemos. Por esta razão, a prática pedagógica ancorada nos estudos culturais, torna-se perturbadora das sociedades hegemônicas, a medida em que produz sujeitos mais concientes e que desejam maior igualdede sócio-econômica.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Vídeo-aula 3: A Globalização e o Impacto Sobre as Culturas

A globalização aproxima as pessoas no planeta, atravessa fronteiras com muita velocidade, trazendo novos conhecimentos, influenciando a cultura, a política e a economia dos vários segmentos da sociedade.
Observa-se a hogeneização nos padrões de comportamento social, em detrimento a identidade cultural das comunidades. Posso citar um exemplo claro: a maioria dos meus alunos são da zona rural; há dez anos atrás, pouquíssimos tinham celular e grande maioria gostavam de música sertaneja; hoje é díficil achar um aluno que não esteja ouvindo Lady Gaga ou um Funk em um moderno aparelho.
As mudanças nas relações de produção e a velocidade com que os produtos são aperfeiçoados, geram um consumismo desenfreado, desejável para um mercado que quer acumular capital, mas que não se preocupa com a qualidade de vida dos indivíduos, com as relações pessoais,  com a ética, tradições ou religião.
A economia influencia o comportamento de muitas pessoas, trazendo alterações no cotidiano das mesmas, que se veem obrigadas a ampliar seus horários de trabalho, modificar seu horário de estudo, de lazer ou de alimentação, em busca de um crescimento exigido pelo mercado.
A sociedade atual divide-se em dois grupos: os protegidos pelo Estado e os excluídos, que recebem migalhas em forma de projeto social ou têm trabalhos mal renunerados em empresas que faturam alto.
O Estado, por outro lado se vê pressionado pelas políticas nacionais e internacionais, pressão esta, causada pelas variações mercadológicas, políticas cambias e necessidade de manter-se competitivo.
Ciente dos benefícios e prejuízos que a globalização pode trazer, cabe a escola, desenvolver projetos que conscientizem os alunos a respeito de questões ligadas as mídias, ao consumo e as formas de produção, a manutenção da cultura local, da ética e de valores morais, sem desprezar os avanços tecnológicos necessários ao desenvolvimento do cidadão.

Vídeo-aula 2: Direitos Humanos na América Latina e no Brasil

Os ideais sobre Direitos Humanos na América Latina, ocorreram tardiamente, visto que a sociedade foi criada para atender aos interesses da aristocracia colonizadora, que tinha inúmeros privilégios e não estava preocupada com as condições de vida dos colonos.
No Brasil, mesmo após a Proclamação da República, os direitos humanos nunca foram respeitados, visto que apenas 3% da população (somente homens) tinha direito ao voto. Os movimentos sociais e manifestações eram encarados pelo Estado como anarquia e se tornavam caso de polícia.
Após a 2ª Gerra Mundial, o Brasil adota alguns dos princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas menos de vinte anos depois, em 1964, com a implantação da ditadura militar, o país e a população enfrenta uma onda de assassinatos, tortura, censura e outros desmandes ocasionados pelo sistema político.
A partir de meados da década de 70, a igreja, intelectuais, universitários e senhoras cristãs, criam a comissão de justiça e paz; inicia-se o processo de denúncia ao mundo, dos crimes contra a Humanidade, que estavam ocorrendo no país.
Ao final da década de 80, com a visível queda do chamado milagre do crescimento econônico, a oposição ganha grande percentual eleitoral e espaço político no Congresso; os movimentos sociais e sindicais crescem e o país luta e avança na direção de uma nova constituinte e de eleições majoritárias. Neste momento, segundo Dalmo, começa a  instituir-se na sociedade brasileira o respeito aos direitos humanos no Brasil.
Outros países da América Latina, como Argentina Chile e Uruguai, também passaram por momentos políticos sangrentos, de opressão e tortura, causados pela ditadura, porém nestes países , a luta pela pelo resgate histórico e a punição aos ditadores, foi ou é mais bem sucedida que no Brasil, que ainda deve esclarecimentos e respostas a sociedade.
No Brasil assuntos como o a discriminaçao racial, o movimento sem terra, a busca por condições mais igualitárias de vida, entre outros, devem ser debatidos na escola, através de uma nova pedagogia, que respeite o conhecimento do aluno e que permita a construção coletiva de conceitos, criando cidadãos capazes de evitarem  os erros cometidos no passado e que reconheçam-se como sujeitos de direitos e deveres na sociedade.

Vídeo-aula 1: Contexto Histórico dos Direitos Humanos

Apesar de não fazerem parte de uma declaração ou serem intituladas de lutas pelos direitos humanos, desde de a antiguidade, ocorreram rebeliões e manifestações públicas que buscavam a igualdade de condições peculiar aos direitos humanos. Em antígonas, por exemplo, as famílias se reuniam em praças públicas, para reivindicar o direito de enterrarem seus mortos.
A Revolução Francesa é outro exemplo de como os direitos humanos podem se constituir a partir de movimentos sociais. A população francesa ao perceber as diferenças entre as classes promovidas pelo autoritarismo, proclamaram os ideais de liberdade, igualdadee fraternidade.
De maneira geral a declaração dos Direitos Humanos e a instituição dos mesmos, ocorreram a partir de movimentos sociais insatisfeitos com as disparidades sócio-econômicas e com a opressão de governos autoritaristas, além do medo, causado pelo terror e a falta de respeito com o ser humano, característicos da 2ª Guerra Mundial.
Na escola, os Direitos humanos, não devem ser tratados como uma declaração, mas introduzidos, através de temas recentes como a desigualdade social, a violência e o meio ambiente, por exemplo; desenvolvidos através de pressupostos éticos, que permeiem o respeito entre os cidadãos e uma convivência solidária e democrática.